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Oposição exige explicações de António Costa. IL e Chega pedem demissão de PM
PCP quer ver "concluídos os apuramentos" sobre lítio e depois retiradas consequências. IL pede a Marcelo para dissolver a Assembleia da República e Chega defende que Galamba não tem condições para continuar em funções. O Livre apela a uma "serenidade vigilante. Montenegro convoca de urgência comissão permanente do PSD dada a "gravidade da situação".
Os partidos da oposição já começaram a reagir às buscas a vários ministérios e às residências de João Galamba e Matos Fernandes no âmbito da investigação a negócios de lítio e hidrogénio.
O PCP quer ver "concluídos os apuramentos" da investigação sobre lítio que levou a buscas em vários ministérios e ao chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vitor Escária, e depois "retiradas as devidas consequências das conclusões".
"Sobre as notícias de buscas relacionadas com o processo dos negócios do lítio e hidrogénio, envolvendo o Governo, o PCP considera que devem ser concluídos os apuramentos e retiradas as devidas consequências das conclusões a que se chegar", lê-se numa nota do PCP.
Já Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal, vai mais longe e pede a demissão do primeiro-ministro. "Não podemos ter em funções um primeiro-ministro com o seu círculo íntimo envolvido em factos desta gravidade. António Costa deve assumir as suas responsabilidades de ter arrastado o país para este lamaçal".
Rui Rocha disse ainda esperar que António Costa apresente demissão. Mas caso não o faça, apela ao Presidente da República que dissolva a Assembleia da República, defendendo que estamos perante um "poder político instável e nepotista".
André Ventura também considera que o Governo deve explicações ao país e diz que "é insustentável a posição de João Galamba no Governo".
"É importante que o primeiro-ministro diga o que quer fazer, se acha que tem condições para ficar ou se quer fazer remodelações", acrescentou o líder do Chega.
Inês Sousa Real absteve-se de fazer comentários jurídicos sobre as buscas, salvaguardando o princípio da presunção de inocência. "Em relação a isto pronunciar-nos-emos a seu tempo", disse a líder do PAN.
No entanto, no campo político, diz existirem conclusões a retirar. "O PAN apela a que haja o bom senso de António Costa não manter João Galamba deste governo" e reitera que "há muito que o ministro das infraestruturas não reúne as condições para se manter no governo".
Inês Sousa Real alertou também que foi o PAN "que apresentou na Assembleia da República propostas que pediam que fossem divulgados relatórios sobre a transparência dos beneficiários dos negócios do hidrogénio verde".
Já o Livre, pela voz do seu deputado único Rui Tavares, apelou a uma "serenidade vigilante e exigente ao que se está a passar".
O partido junta-se assim a outros que pedem um "esclarecimento" sobre o caso e afirma que "o primeiro-ministro deve falar ao país sobre o que se passou" e "com a maior brevidade possível". "O país merece ter informações, a par e passo, do que vai acontecendo", sublinhou Rui Tavares.
Quanto à dissolução do Governo, prefere ter mais informações e explicações sobre o tema antes de se comprometer com qualquer decisão. "Aguardamos mais informações até para termos uma posição que seja séria e para não estarmos a correr atrás de um populismo qualquer fácil", terminou o líder da bancada parlamentar do BE.
O Partido Ecologista Os Verdes recorda que apontou desde o início do processo do lítio, e nomeadamente no que diz respeito ao processo de Montalegre e Boticas, "a falta de transparência, anomalias e irregularidades", inclusive em sede de Assembleia da República.
Os Verdes reafirmam a sua "oposição a estas concessões de exploração de lítio, e sustentam que, sendo tempo de apurar todas as responsabilidades, é também tempo de parar este processo que colocará em causa, irreversivelmente, a qualidade de vida das populações e as suas tradições nestas regiões, consubstanciando um ataque gravíssimo à biodiversidade, aos solos, à água, e a zonas de agricultura de montanha que desempenham um papel fundamental como sumidouros de carbono".
PSD convoca comissão permanente de urgência
O PSD convocou uma reunião de urgência para a tarde desta terça-feira, avançam a SIC Notícias e o Observador, citando uma nota dos sociais-democratas.
Segundo o que apuraram, o principal partido da oposição refere-se à "gravidade da situação" que envolve o Executivo de António Costa e quer, por isso, reunir a comissão permanente.
Posteriormente, o presidente do PSD, Luís Montenegro, irá fazer uma declaração ao país, pode ler-se na mesma nota.
Notícia atualizada às 12:49h