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Obama promete "um governo do povo e para o povo”

O 44º presidente dos Estados Unidos fez um discurso de 19 minutos, rodeado de muitos hispânicos entre os convidados para a cerimónia. E prometeu “um governo do povo e para o povo”.

21 de Janeiro de 2013 às 18:01
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Numa cerimónia realizada em frente ao Capitólio, em Washington, perante cerca de 700 mil pessoas, Barack Obama assumiu o segundo mandato de quatro anos como presidente dos EUA. Tratou-se da 57ª tomada de posse de um presidente, o 44º da História dos Estados Unidos. E neste discurso de 19 minutos [mais meio minuto do que o da tomada de posse em Janeiro de 2009] voltou a elogiar a capacidade de os norte-americanos se unirem enquanto povo para realizarem as tarefas que têm pela frente: “mais do que nunca, devemos estar juntos como nação, como um povo”, disse.

 

“Esta geração de americanos foi testada pela crise. (…) Uma década de guerra está agora a terminar. Uma era de retoma está a começar”, sublinhou o presidente, cujas palavras foram recebidas com muitos aplausos.

 

Obama declarou que o país “foi feito para este momento”, acrescentando que a nação tem de atender às necessidades de uma crescente classe média e reconhecendo que a actual política combativa e divisiva muitas vezes não consegue solucionar os problemas dos EUA. “Há decisões para serem tomadas e não podemos dar-nos ao luxo de as adiar. (…) Temos de agir, tendo consciência de que o nosso trabalho será imperfeito”, afirmou, referindo também que o país não pode ser bem sucedido quando “um punhado de pessoas” fica a olhar para o seu umbigo.

 

O presidente dos Estados Unidos elogiou o constante trabalho árduo e perseverança da nação, aludiu aos problemas da crise e admitiu que são necessárias “novas ideias e tecnologia” para revitalizar o país. Para Obama, há que dar “novas respostas a novos desafios, preservando as liberdades individuais”.

 

“Uma nação que recompensa o esforço e a determinação de cada americano: é isso que este momento exige”, declarou. “As pessoas ainda acreditam que cada cidadão merece segurança e dignidade”, acrescentou o presidente, rodeado das duas filhas e da mulher, Michelle Obama, cujo novo corte de cabelo deu também que falar na imprensa norte-americana, onde a primeira-dama é continuamente referenciada de forma positiva.

 

“Aprendemos que nenhuma união se funda sem liberdade. Juntos descobrimos que o mercado livre só funciona com ‘fair play’. Juntos descobrimos que uma grande nação deve cuidar dos vulneráveis”, prosseguiu, dizendo que essas “são constantes do nosso carácter”.

 

Obama falou ainda da necessidade de continuar a combater as alterações climáticas e o défice do país, chamando também a atenção para a importância da democracia em todo o mundo. “Continuamos a acreditar que as nossas obrigações, como americanos, não são só para connosco. Respondemos ao desafio das alterações climáticas, o que se reflectirá nas futuras gerações.  (…) A America continuará a ser a âncora em todos os cantos do globo. Apoiamos a democracia em África, na Ásia, no Médio Oriente… Temos de ser uma fonte de esperança para os pobres, doentes e marginalizados”, realçou.

 

“Nós, o povo, declaramos hoje a mais evidente das verdades: todos somos criados iguais. Não podemos caminhar sozinhos”, disse o presidente no seu discurso de tomada de posse, pedindo aos EUA para se unirem como um só país e um só povo.

 

Obama sublinhou que compete à actual geração prosseguir aquilo que foi iniciado pelos pioneiros da América e que a viagem da igualdade não estará concluída até que as mulheres possam ganhar o mesmo que os homens, até que todos os homossexuais possam casar-se, até que todos sejam tratados da mesma forma perante a justiça, até que o país saiba como melhor lidar com a imigração e com as horas de espera numa fila para se poder votar. “É isso que compete à nossa geração. Tornar estas tarefas, direitos e valores – vida, liberdade e felicidade – reais para cada norte-americano”.

 

E isto, acrescentou, não requer que todas as pessoas estejam de acordo em relação a tudo, mas requer que as pessoas “actuem” no momento actual. E é por isso que há que responder ao “chamamento da História” e tentar solucionar os problemas desta era, disse.

 

Obama concluiu o seu discurso pedindo a todos os cidadãos que "levem consigo, neste futuro incerto, a preciosa chama da liberdade". "Povo" e "juntos" foram as duas palavras mais usadas, quando em 2009 a sua declaração de tomada de posse ficou marcada pela expressão "Yes, we can" (Sim, somos capazes).

 

A comunidade hispânica teve grande representação nos momentos-chave da cerimónia, uma vez que teve um papel bastante relevante na reeleição do presidente: quase 3 em cada 4 eleitores hispânicos deram o seu voto ao Democrata. Entre os convidados de honra esteve a actriz Eva Longoria.

 

Logo após o discurso, Kelly Clarkson cantou o tema “My Country”, seguindo-se um desfile até à Casa Branca depois de concluída toda a sessão pública.

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