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Nulos mais brancos ultrapassam PSD no estrangeiro. PAN foi o terceiro mais votado

Os resultados eleitorais do estrangeiro já foram apurados e trazem surpresas: os votos nulos foram tantos que somados aos brancos ultrapassam a votação do PSD. Já o PAN foi o terceiro mais votado.

17 de Outubro de 2019 às 10:24
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11 dias depois da realização das eleições legislativas estão apurados os resultados eleitorais dos círculos do estrangeiro. E há alguns dados surpreendentes: os votos nulos foram tantos que somados aos brancos ultrapassam a votação do PSD, o segundo classificado. Já o PAN foi o terceiro partido mais votado, ficando à frente do BE e do CDS. 

Os resultados disponíveis no site do Ministério da Administração Interna (MAI) mostram que os votos nulos (35.331 votos) no estrangeiro duplicaram face a 2015 em termos percentuais (passou de 10,83% para 22,33%). Em conjunto com os votos em branco (2.094 votos), os votos nulos atingem os 37.425 votos e superam a votação do PSD (37.060 votos), partido que elegeu um deputado pelo círculo da Europa e outro deputado pelo círculo de Fora da Europa.

Ontem Joaquim Morgado, secretário-geral adjunto para a Administração Eleitoral, disse à Lusa que entre os boletins de voto havia cartas com itens diversos. "Já encontrámos um cheque, já encontrámos duas folhas de pensão, uma conta para pagar de luz", revelou.

Um dos destaques destes resultados eleitorais é também a votação do PAN. Apesar de não ter conseguido eleger pelos círculos do estrangeiro, o partido encabeçado por André Silva conseguiu ficar em terceiro lugar com 4,84% dos votos, acima do BE (4,75%), que foi a terceira força política em território nacional, e do CDS (3,36%). Há quatro anos, o terceiro partido mais votado tinha sido o Nós, Cidadãos com 9,58% dos votos, também sem conseguir eleger.

Outro dos números que fica atualizado é a abstenção total das eleições legislativas que sobe de 45,5% (quando apenas havia resultados apurados para o território nacional) para um total de 51,43% quando se soma os círculos da emigração, o que continua a ser um recorde. No estrangeiro votaram 158 mil, o que corresponde a uma abstenção de 89,21%, maior do que a abstenção de 88,32% de 2015.

No entanto, é preciso ter cautela na comparação destes dados. É que em 2015 havia apenas 242,8 mil eleitores inscritos pelo círculo eleitoral da emigração. Isso mudou em 2019 com o recenseamento automático, tendo o número de eleitores disparado para os 1,46 milhões de portugueses que vivem fora do território nacional. 

Em 2015 votaram apenas 28 mil pessoas pelos círculos do estrangeiro ao passo que este ano votaram 158 mil eleitores, um número mais de cinco vezes superior. Ou seja, na realidade, houve muitos mais portugueses emigrados a votar nas eleições legislativas. No entanto, com mais eleitores inscritos, a abstenção em percentagem acabou por ser, ainda assim, maior do que nas eleições anteriores.
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