Notícia
Moção à Convenção do BE critica atual direção pela "desvalorização do trabalho autárquico"
Na apresentação do documento foram deixadas críticas à atual direção, protagonizada por Catarina Martins, cuja liderança também já apresentou os tópicos para a moção que vai levar à próxima reunião magna dos bloquistas, agendada para 22 e 23 de maio.
25 de Fevereiro de 2021 às 23:12
A moção à convenção do BE promovida pelo movimento Convergência foi hoje apresentada com críticas à direção pelo "excessivo parlamentarismo" e "desvalorização" do trabalho local e autárquico, defendendo a necessidade de reforçar o papel de oposição do partido.
A moção à XII Convenção Nacional do BE intitulada "Enfrentar o Empobrecimento - Polarizar à Esquerda" foi hoje divulgada em conferência de imprensa virtual e será entregue muito em breve, estando entre os mais de 500 subscritores nomes como Mário Tomé ou os antigos deputados Pedro Soares e Carlos Matias.
Na apresentação do documento foram deixadas críticas à atual direção, protagonizada por Catarina Martins (na foto), cuja liderança também já apresentou os tópicos para a moção que vai levar à próxima reunião magna dos bloquistas, agendada para 22 e 23 de maio.
As linhas gerais da moção - promovida pelo movimento Convergência, mas que conta com outros subscritores - foram enunciadas por Ana Sofia Ligeiro, dirigente do BE na concelhia de Torres Novas e na coordenadora distrital de Santarém, explicando que aquilo que move estes bloquistas até à convenção "é uma militância crítica, uma militância ativa".
A bloquista começou por deixar claro que não será aceite por estes militantes a redução do número de delegados eleitos à convenção, esperando que esta "se realize dentro do prazo previsto" e "dentro da normalidade".
Para estes subscritores, o objetivo traçado pela atual liderança do BE, "ser força de Governo com uma nova relação de forças" não foi alcançado, considerando que o BE teve uma "perda eleitoral" e enfraqueceu a sua capacidade reivindicativa.
"O Bloco esperou pelo OE2021 para se opor às políticas do Governo, mas com o acordo esgotado na anterior legislatura, há muito que se impunha um conjunto de propostas, exigências ao governo socialista. Mas até este voto contra o orçamento, o Bloco vinha-se mantendo numa quase oposição, abdicando do confronto", criticou.
Nas palavras de Ana Sofia Ligeiro, o BE "tem de ser uma oposição construtiva" e é imperativo que "reforce o seu papel de oposição até que seja alterada a legislação laboral".
"O Bloco não pode remeter-se ao silêncio enquanto se assiste ao regresso da austeridade, quando se instalam as crises sociais, económicas, ambientais, quando se desenvolvem as condições para o crescimento da extrema-direita", defendeu.
As críticas a quem lidera o partido são também na "desvalorização do trabalho local e autárquico", considerando que "este é um fator de desmobilização das bases, a par do centralismo, da verticalização e de um excessivo parlamentarismo".
Para estes bloquistas, "a lógica de exclusão e a escassez e pobreza do debate interno" tem consequências negativas na capacidade de intervenção do partido.
O facto da atual direção "reservar para si a discussão política e as decisões sobre o rumo do Bloco" resulta numa "desvalorização do trabalho de base", criticam ainda.
Em relação às eleições deste ano, as autárquicas, Ana Sofia Ligeiro defendeu que o BE deve apresentar listas próprias, "com programas e propostas alternativas à austeridade que reforcem a democracia, a defesa da regionalização, o combate à corrupção e à especulação imobiliária".
"Deve ser feito este esforço para apresentar listas próprias do Bloco, assentes na capacidade de decisão das concelhias, tanto quanto ao programa como quanto aos candidatos, mas assumimos também que as conjunturas e as especificidades locais podem possibilitar o apoio a listas de independentes devidamente engajadas com programas de esquerda devidamente definidos", afirmou.
Assegurando que esta moção foi amplamente participada e discutida ao nível local, regional e nacional, estes bloquistas deixam um apelo: "cabe à esquerda que não desistiu, afirmar e mobilizar para uma perspetiva política ecossocialista de combate à exploração capitalista".
A moção à XII Convenção Nacional do BE intitulada "Enfrentar o Empobrecimento - Polarizar à Esquerda" foi hoje divulgada em conferência de imprensa virtual e será entregue muito em breve, estando entre os mais de 500 subscritores nomes como Mário Tomé ou os antigos deputados Pedro Soares e Carlos Matias.
As linhas gerais da moção - promovida pelo movimento Convergência, mas que conta com outros subscritores - foram enunciadas por Ana Sofia Ligeiro, dirigente do BE na concelhia de Torres Novas e na coordenadora distrital de Santarém, explicando que aquilo que move estes bloquistas até à convenção "é uma militância crítica, uma militância ativa".
A bloquista começou por deixar claro que não será aceite por estes militantes a redução do número de delegados eleitos à convenção, esperando que esta "se realize dentro do prazo previsto" e "dentro da normalidade".
Para estes subscritores, o objetivo traçado pela atual liderança do BE, "ser força de Governo com uma nova relação de forças" não foi alcançado, considerando que o BE teve uma "perda eleitoral" e enfraqueceu a sua capacidade reivindicativa.
"O Bloco esperou pelo OE2021 para se opor às políticas do Governo, mas com o acordo esgotado na anterior legislatura, há muito que se impunha um conjunto de propostas, exigências ao governo socialista. Mas até este voto contra o orçamento, o Bloco vinha-se mantendo numa quase oposição, abdicando do confronto", criticou.
Nas palavras de Ana Sofia Ligeiro, o BE "tem de ser uma oposição construtiva" e é imperativo que "reforce o seu papel de oposição até que seja alterada a legislação laboral".
"O Bloco não pode remeter-se ao silêncio enquanto se assiste ao regresso da austeridade, quando se instalam as crises sociais, económicas, ambientais, quando se desenvolvem as condições para o crescimento da extrema-direita", defendeu.
As críticas a quem lidera o partido são também na "desvalorização do trabalho local e autárquico", considerando que "este é um fator de desmobilização das bases, a par do centralismo, da verticalização e de um excessivo parlamentarismo".
Para estes bloquistas, "a lógica de exclusão e a escassez e pobreza do debate interno" tem consequências negativas na capacidade de intervenção do partido.
O facto da atual direção "reservar para si a discussão política e as decisões sobre o rumo do Bloco" resulta numa "desvalorização do trabalho de base", criticam ainda.
Em relação às eleições deste ano, as autárquicas, Ana Sofia Ligeiro defendeu que o BE deve apresentar listas próprias, "com programas e propostas alternativas à austeridade que reforcem a democracia, a defesa da regionalização, o combate à corrupção e à especulação imobiliária".
"Deve ser feito este esforço para apresentar listas próprias do Bloco, assentes na capacidade de decisão das concelhias, tanto quanto ao programa como quanto aos candidatos, mas assumimos também que as conjunturas e as especificidades locais podem possibilitar o apoio a listas de independentes devidamente engajadas com programas de esquerda devidamente definidos", afirmou.
Assegurando que esta moção foi amplamente participada e discutida ao nível local, regional e nacional, estes bloquistas deixam um apelo: "cabe à esquerda que não desistiu, afirmar e mobilizar para uma perspetiva política ecossocialista de combate à exploração capitalista".