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Ministro da Economia francês nega ter sido obrigado a encobrir Cahuzac

Mosocvici nega que ele ou Hollande tenham tentado encobrir o antigo ministro do Orçamento. Jérôme Cahuzac admitiu ontem ter uma conta “offshore” na Suíça de 600 mil euros. Já depois de ter apresentado a demissão, em Março, Cahuzac tinha sempre rejeitado as acusações.

03 de Abril de 2013 às 13:42
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O ministro da Economia de França Pierre Mosocvici nega ter sido obrigado a encobrir Jérôme Cahuzac, antigo responsável pela pasta do Orçamento, relativamente à conta que o mesmo admite deter na Suíça, segundo o jornal britânico “The Guardian”.

 

Depois de ter sempre recusado tais acusações Cahuzac, que apresentou a demissão no último mês, está sob investigação por fraude fiscal. O ex-ministro confessou, esta terça-feira que tem perto de 600 mil euros numa conta na Suíça, aberta há 20 anos.

 

Cahuzac terá, alegadamente, várias contas na Suíça como terá também transferido fundos para Singapura, sem dar conhecimento às autoridades francesas, o que constitui uma ilegalidade, no país, explica o “The Times”.

 

Enquanto ministro do Orçamento, o antigo cirurgião, que afirma agora ter sido “apanhado numa espiral de mentiras”, tinha a responsabilidade de combater a evasão fiscal. Jérôme Cahuzac diz estar “devastado pelos remorsos”.

 

Na manhã desta quarta-feira Pierre Mosocvici garantiu que não houve “complacência” ou “obstrução à justiça”, neste caso. “O Presidente da República, o primeiro-ministro e eu mesmo fizemos o tínhamos de fazer”, garantiu o ministro da Economia francês, na RTL, cita o “The Guardian”.

 

Ao admitir a existência ilegal desta conta “offshore”, Cahuzac deu mais uma machadada no Governo de Hollande. A popularidade do Presidente francês tem vindo a cair. Onze meses depois das eleições, metade dos franceses considera que François Hollande é um “mau presidente”, segundo uma sondagem da CSA para a cadeia BFMTV realizada na última semana. Dos 961 inquiridos, 51% deu nota negativa ao actua líder francês, contra 22% que defende o contrário. Os restantes 27% não quiseram pronunciar-se.

 

Quando foi eleito, o socialista Hollande garantia querer romper com a onda de escândalos que tinham marcado a governação anterior, liderada por Nicolas Sarkozy. A ganhar com esta falha da actual governação não terá ficado Sarkozy, também ele sob investigação, mas a extrema-direita. A descrença nos governantes estará a dar pontos ao partido Frente Nacional, afirma o “The Guardian”.

 

No caso de Sarkozy estará em causa o alegado recebimento de donativos ilegais para a campanha eleitoral do antigo Presidente francês, que já negou as acusações.

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