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Marinho e Pinto quer IRS de 85% sobre "salário máximo nacional"

Em entrevista ao Observador, o presidente do PDR defende que as taxas de IRS possam chegar aos 85% para onerar os rendimentos de salários e de pensões mais elevados. Diz que medida favorecerá o combate às desigualdades.

Negócios 19 de Maio de 2015 às 13:37
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Marinho e Pinto, presidente do Partido Democrático Republicano (PDR), defende que as taxas de IRS possam chegar aos 85% para onerar os rendimentos de salários e de pensões mais elevados. Diz que a medida favorecerá o combate às desigualdades.

 

"Nós no PDR estamos a estudar a possibilidade de instituir um salário máximo nacional", avança em entrevista ao Observador, explicando que, na prática, tal passaria pela fixação de "um tecto a partir do qual as taxas de IRS aumentarão, podendo chegar aos 80 ou 85%".

 

"O sr. admite que haja pessoas que tenham uma pensão de reforma de 170 mil euros por mês? Admite que possa haver pessoas numa empresa que ao fim do ano recebam dois milhões de euros?", questiona, concluindo que "escandaloso nem é tanto os baixos salários que se praticam, o que é obsceno em alguns casos são os altos salários com que as elites se remuneram a si próprias".

 

Em relação às empresas, Marinho e Pinto promete sobretudo libertá-las do custo da corrupção, "até porque o principal dano da corrupção nem é no dano público, é nas regras de mercado". "As empresas que mais prosperam num país onde há corrupção não são as que produzem melhor, são as que pagam mais comissões aos decisores políticos", afirma.

 

Marinho e Pinto diz ainda que quer ser alternativa não dentro do sistema, mas de sistema. "Não vamos a estas eleições para punir este Governo só. Vamos para ser uma alternativa a este sistema. Para punir todos os governos que levaram o país a esta situação em que está, fosse do PSD/CDS, fosse do PS. Porque o PS não pode aparecer agora como uma virgem num bordel, dizendo que toda a culpa é dos outros. Não, o PS tem tantas responsabilidades (como eles) no empobrecimento do país, que está de mão estendida aos agiotas internacionais".

 

E em que sítio do Parlamento se quer sentar?, pergunta o Observador. "Não é importante", responde o líder do PRD e ex-bastonário da Ordem dos Advogados. "O importante é que as nossas propostas são claras. Nós defendemos as liberdades, a liberdade de empresa, de investimento. Defendemos o mercado – acabou esse mito do socialismo na economia. A economia é uma economia de mercado, mas não é uma economia de mercado do qual o Estado possa limitar-se a ser um guarda-nocturno. Não, o Estado tem que moderar os excessos e suprir as suas insuficiências, porque o mercado não é perfeito. Essa ideia da mão invisível é um dos perigosos mitos do mercado. Há de facto muitas mãos invisíveis no mercado, a rapinar. Mas essa mão ordenadora, não".

  

O Estado não cria emprego - por cada um que cria têm que se criar mais dez para pagar impostos para criar aquele.
Marinho e Pinto

Quanto ao Estado social, diz que este não tem que ser pago pelas pessoas, mas pela economia, criticando o discurso populista que diz ouvir mais à esquerda. "Há aí muita gente a prometer tudo e o seu contrário. Eu quando ouço o Bloco de Esquerda a propor a criação de emprego (ou o PCP) eu lembro-me sempre daquela história: a única maneira de mostrar que Deus se ri é pô-los a ler aqueles programas dos partidos de esquerda! Só há uma maneira de criar emprego, quem o cria são as empresas privadas. O Estado não cria emprego – por cada um que cria, têm que se criar mais dez para pagar impostos para criar aquele. E nós não temos políticas viradas para criar emprego – não temos no custo da energia, no acesso ao crédito", argumenta.

 

(Notícia actualizada às 13h45)

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