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Marcelo não vê risco de eleições antecipadas

"A economia americana está a desacelerar e isso está a contaminar várias economias no mundo, o que significa que é muito difícil que a economia portuguesa não venha também a ter alguma desaceleração", disse o Presidente da República.

Bruno Simão
Negócios 29 de Abril de 2016 às 20:29
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que a situação económica internacional pode ter efeitos negativos em Portugal, mas disse não ver qualquer risco de instabilidade política que leve a eleições antecipadas.

 

"Eu não vejo nenhuma razão para haver implosão da fórmula governativa ou qualquer risco de instabilidade ou de crise política ou de eleições, o que quer que seja", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no final de uma visita à Faculdade de Belas Artes, em Lisboa.

 

"As próximas eleições que estão no horizonte são as autárquicas do ano que vem", acrescentou.

 

Antes, o chefe de Estado referiu que "a economia americana está a desacelerar e isso está a contaminar várias economias no mundo, o que significa que é muito difícil que a economia portuguesa não venha também a ter alguma desaceleração, e isso é preocupante".

 

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "há problemas internacionais, há problemas de a evolução económica interna não ser tão boa quanto se esperava ou se previa", mas no plano político a situação é estável.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "há problemas internacionais, há problemas de a evolução económica interna não ser tão boa quanto se esperava ou se previa", mas no plano político a situação nacional é estável.

 

Questionado sobre se a aprovação do Orçamento do Estado para 2017 não pode ser um momento crítico, o Presidente respondeu: "Eu acho que não. Acho que há todas as condições para irmos em velocidade cruzeiro, com as dificuldades económicas do mundo, da Europa e, portanto, também de Portugal. Não é um tempo de maravilhas ou de facilidades".

 

"Mas irmos em velocidade cruzeiro - sendo necessário, naturalmente, acompanhando o que é preciso fazer em termos da evolução económica - realizar as eleições autárquicas, que têm uma incidência sobretudo local, sem estarmos a pensar em Governo que fica ou que cai, em eleições nacionais que há ou que não há", completou.

 

O Presidente da República reafirmou que Portugal não pode estar em permanente campanha eleitoral: "Já chegou o ano de 2015 e o começo de 2016. Não podemos passar a vida a ter eleições dia sim dia não".

 

Interrogado sobre a votação de hoje no parlamento, em que a maioria que suporta o Governo se uniu contra o projecto do CDS-PP de rejeição do Programa de Estabilidade, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que aconteceu "o que era esperado".

 

O chefe de Estado reiterou a ideia de que existem neste momento "dois caminhos políticos de governação em Portugal, um caminho traduzido na fórmula governativa e um caminho traduzido na oposição".

 

"Portanto, o que é normal é que a fórmula governativa funcione, e o facto de ter funcionado não é uma surpresa, é o que se devia esperar. Quer dizer, não fazia sentido nenhum que partidos que viabilizaram o Orçamento do Estado há um mês e tal viessem a criar condições de crise a propósito do Programa de Estabilidade ou do Plano Nacional de Reformas", defendeu.

 

De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, existe actualmente "estabilidade financeira" em Portugal, o que "é bom para a estabilidade social e política portuguesa".

 

"Eu já disse várias vezes: temos de viver agora os próximos tempos nesse clima de estabilidade, pensando que eleições próximas são em Outubro do ano que vem as autárquicas", reforçou.

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