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Marcelo: futuro "é feito pelas pessoas" e "não por políticos"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta quarta-feira, em Lisboa, que "o futuro é feito por pessoas e pelas suas iniciativas, e não por políticos e burocratas".

António Pedro Santos/Lusa
03 de Abril de 2019 às 22:58
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Falando na cerimónia de comemoração dos 50 anos da COSEC - Companhia de Seguro de Créditos, SA, em Lisboa, o chefe de Estado afirmou que em 1969, quando a instituição nasceu, Portugal rompia "com autarcias inviáveis", enquanto este ano o país supera "neo autarcias serôdias, sabendo que o futuro é feito por pessoas e pelas suas iniciativas, e não por políticos e burocratas".

 

"Mas sabendo também que o peso de muito Estado, em muito tempo de passado, criou acomodações, usos e dependências más para as pessoas e más para o Estado, desviado do essencial da sua incumbência coletiva", criticou.

 

Marcelo Rebelo de Sousa apontou também que Portugal quer "a internacionalização, ou melhor, respirando naturalmente a internacionalização, apostando na abertura e na exportação".

 

"Como não ambicionarmos mais, muito mais, em crescimento, abertura, exportações, riqueza justamente distribuída, capacidade de antecipar o futuro e de liderar em vez de ficar para trás, de ter autoestima em vez de ceticismo, de cultivar amor-próprio no lugar do autocomprazimento com as fragilidades pessoais e comunitárias", sugeriu.

 

Desde 1969, registaram-se 50 anos de intervalo, com "dois 'portugais' diferentes dentro do mesmo Portugal", registou o Presidente.

 

Agora, é altura da "busca de mais desenvolvimento, mais justiça social, mais competitividade num mundo mais vasto e ele próprio mais competitivo", salientou o Presidente da República, sustentando que isso acontece "já bem inseridos na Europa, embora com pontos por todo o mundo, sem império, mas com o fraternal desafio do universo falante do português, compatibilizando o novo quadro constitucional com um tempo cada vez mais veloz e um espaço sem limites, sempre acreditando que um bom desempenho tecnocrático pode dar novos horizontes à política".

 

Quanto à COSEC, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que é uma instituição "que vingou numa sociedade em que tal não é, nem fácil, nem tão frequente quando o desejável", uma "instituição que desdisse a tradição nacional de mais valerem as conjunturas do que as estruturas, o efémero do que o duradouro, os protagonistas cimeiros do momento do que a capacidade de radicar instituições fortes e sustentáveis".

 

Para o chefe de Estado, ela "surgiu para animar a afirmação da sociedade civil e para secundar gestos como o do Fundo de Fomento de Exportação", tendo-se tornado hoje numa "peça vital no seguro dos créditos mais diversos e mais preocupados com os bens transacionáveis na economia portuguesa e na sua projeção nos novos mundos". "Numa palavra, uma ideia que deu certo, que conheceu vários regimes políticos, regimes económicos e regimes sociais, que serviu e serve Portugal", acrescentou.

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