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Marcelo diz que feriado do 1.º de Dezembro "nunca deveria ter sido suspenso"

O Presidente da República defendeu que o feriado do 1.º de Dezembro, que assinala a Restauração da Independência de 1640, "nunca deveria ter sido suspenso". Marcelo afirmou ainda que a independência financeira de Portugal "recusa subserviências intoleráveis".

Miguel Baltazar
01 de Dezembro de 2016 às 11:13
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Marcelo Rebelo de Sousa criticou a suspensão do feriado do 1.º de Dezembro, que assinala a Restauração da Independência e que hoje se volta a celebrar. O Presidente, que falava nas cerimónias de comemoração na praça dos Restauradores, em Lisboa, elogiou a coragem do primeiro Governo Provisório da República, que o criou, e acrescentou que se trata de um "feriado que nunca deveria ter sido suspenso".

O 1.º de Dezembro deixou de ser feriado em 2012, por iniciativa do Governo de Pedro Passos Coelho. Hoje é a primeira vez desde esse ano em que este dia volta a ser feriado nacional.

Marcelo recordou que, dos anos 1920 aos anos 1970, se assinalou "sempre com relevo a data simbólica da independência nacional", e que nas últimas quatro décadas tem sido a Câmara de Lisboa, em conjunto com a Sociedade Histórica da Independência de Portugal e o Movimento 1.º de Dezembro, a ter um "papel essencial" na celebração deste dia.

O que "celebramos e celebraremos sempre é a nossa pátria e a nossa independência", resumiu Marcelo. E a independência a vários níveis. Em primeiro lugar, a "independência política, que tanto deve às nossas Forças Armadas, desde os primórdios da nacionalidade", que "são penhor da nacionalidade e garante do Estado de Direito" e "merecem o inequívoco respeito de todos, poderes e cidadãos".

Depois, celebra-se também a "independência financeira e económica, que exige rigor, crescimento, emprego e justiça social", e que "recusa sujeições espúrias, subserviências intoleráveis, minimizações inaceitáveis", afirmou, numa aparente crítica às intromissões de Bruxelas. Especialmente "quando todos sabemos que as nossas e os nossos compatriotas são cá dentro e lá fora os melhores dos melhores", acrescentou.

Celebra-se também a "independência ética, que impõe o respeito pela dignidade da pessoa humana, dos direitos e deveres fundamentais, da isenção, honestidade, da transparência na vida comunitária, em particular no serviço público ou na gestão do dinheiro público".

Europa é o berço, mundo é o destino

Numa mensagem que pretendeu ser mobilizadora, Marcelo aludiu a um futuro de Portugal que assentará num "universalismo humanitário" e num "V Império feito de língua, cultura e gentes", e com uma aliança entre a "Europa, o nosso berço, e o mundo, o nosso destino".

O futuro deverá cumprir algo que "para nós é indiscutível: um Portugal verdadeiramente independente, que não é uma abstracção, feito do somatório de milhões e milhões de portuguesas e portugueses ao longo dos séculos", rematou.

A terminar, o Presidente deixou vivas aos "heróis de 1640" e ao "Portugal de ontem, de hoje e amanhã". "Viva o Portugal eterno!"


(Notícia actualizada com mais informação às 11:34)
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