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Marcelo confiante na aceleração da economia mas pede mais

O Presidente da República diz que o crescimento da economia no ano passado terá ficado acima de 1,2% mas ainda está por provar que o modelo deste Governo, baseado no aumento do consumo privado, vai dar resultados.

Bruno Simão/Negócios
22 de Janeiro de 2017 às 22:05
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Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se esta noite confiante no rumo da economia portuguesa, afirmando que há uma aceleração do crescimento na última metade de 2016, mas diz que ainda é cedo para afirmar que está a dar resultado a política do actual Governo de devolução de rendimentos às famílias para impulsionar o consumo privado.

 

Na entrevista à SIC, a primeira que concede desde que ganhou as eleições há um ano, o Presidente da República afirmou ter indicações que o quarto trimestre também foi positivo em termos económicos, pelo que o crescimento de 2016 terá ficado acima dos 1,2% previstos pelo Governo. Repetindo o que Marques Mendes tinha feito na véspera no mesmo canal de televisão, Marcelo admitiu um crescimento de 1,3% em 2016 e um défice de "2,3%, não sei se 2,2%", o que "era impensável em Março".

 

"Quando entrei em funções, todos me perguntavam quando dissolvia o Parlamento. Agora já não perguntam. Outros diziam: não vão cumprir o défice, não há condições para investimento. Foi preciso, junto de investidores e governantes estrangeiros explicar que vai ser cumprido o défice" mas para tal é preciso primeiro o "crescimento da economia".

 

Questionado se está dar resultados a política de devolução de rendimentos implementada pelo actual Governo, Marcelo afirmou que os "primeiros números [na primeira metade de 2016] davam a entender que o consumo privado não estava a corresponder às expectativas, mas o terceiro trimestre e evolução do final do ano mostra um aumento claro do investimento e das exportações".

 

Admitindo que é cedo para dizer que a economia portuguesa está no bom caminho, o Presidente da República salientou que no final do ano "há uma subida do consumo privado", sendo que "vale a pena ter os números fechados de 2016 para olharmos para trás para vermos se o caminho alternativo apresentado por este governo correspondeu às expectativas ou não".

 

Lembrando que "já exigi uma reflexão séria sobre um crescimento muito maior", Marcelo afirmou que as últimas previsões já apontam para crescimentos próximos de 2% em 2017. Mas "precisamos de mais em termos de investimento e exportações", alertou.

 

Questionado sobre o problema do elevado endividamento da economia portuguesa, Marcelo afirmou que é fundamental diminuir constantemente o défice, o que "está a acontecer"; aumentar o investimento, o que "está a acontecer a um ritmo insuficiente"; aumentar a poupança; reestruturar a dívida "pacificamente" e haver reconhecimento da "evolução positiva pelos investidores". Para o Presidente da República é "fundamental" que esta política continue.

 

Sobre a evolução dos juros da dívida, Marcelo voltou a desvalorizar o facto de a "yield" das obrigações a 10 anos ter superado os 4%, afirmando que não consolidou neste patamar, que na emissão de dívida de curto prazo os juros foram negativos e os mais baixos de sempre e que a inflação é actualmente mais alta do que no ano passado.

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