Notícia
Leonor Beleza defende Estado vigilante, mas recusa que só o que é público é aceitável
A presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, defende a existência de um Estado forte e vigilante, mas recusa a ideia que apenas o que é público é aceitável.
- 6
- ...
"Não desejo um Estado que acha que a única coisa aceitável é o que é público", afirmou Leonor Beleza, no primeiro jantar-conferência da Universidade de Verão do PSD, que decorre até domingo em Castelo de Vide, distrito de Portalegre.
Recusando "sociedades que pensam e tomam conta de nós do princípio ao fim", a antiga ministra da Saúde contrapôs com a ideia de uma intervenção do Estado que garanta direitos fundamentais às pessoas, nomeadamente na saúde e na educação.
"Eu quero Estados que garantam a educação e a saúde às pessoas, a liberdade de acesso, a igualdade de acesso", sublinhou a também conselheira de Estado.
Leonor Beleza admitiu, contudo, não ter preconceitos sobre quem é que pode ajudar a resolver as situações desde que o Estado garanta o seu acesso e seja vigilante.
"Não tenho preconceitos sobre quem é que pode ajudar a resolver essas situações desde que o Estado faça duas coisas: garanta o acesso, exerça a vigilância sobre a forma como as actividades são desempenhadas, quer se trate de sector público, quer se trate de sector privado, nos mesmos termos", vincou.
Mas, acrescentou, nas áreas em que o Estado recorra ou admita a existência de iniciativa privada, deve fazê-lo de "uma maneira completamente transparente e usando uma coisa preciosa que se chama concursos públicos".