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João Semedo desmente Passos lembrando que precariedade "aumentou muito"

O coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo desmentiu as declarações de Passos Coelho, em entrevista à RTP, de que a precariedade está a baixar em Portugal, considerando que "pelo contrário, tem aumentado muito".

Correio da Manhã
28 de Novembro de 2014 às 00:12
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Segundo João Semedo, que comentava a entrevista do primeiro-ministro à RTP, a afirmação de que a precariedade está a baixar em Portugal "é completamente falsa, pelo contrário, nos últimos três anos aumentou, e muito, e adquiriu novas características". "Hoje trabalha-se para o Estado sem receber salário e há 56 mil portugueses nessa situação", disse.

 

A respeito dos casos de justiça que têm sido conhecidos nas últimas semanas, João Semedo contestou a tese defendida pelo primeiro-ministro na entrevista: "Pedro Passos Coelho defendeu que é no Estado, nas empresas públicas, o espaço privilegiado da corrupção, ora a realidade prova precisamente o contrário, os escândalos bancários, seja o BPN, o BPP e finalmente o Banco Espírito Santo, são todos bancos privados".

 

Semedo concretiza dizendo que não conhece "nenhum caso de fraude, burla ou corrupção envolvendo a Caixa Geral de Depósitos".

 

O coordenador do Bloco de Esquerda lembrou ainda as investigações do Ministério Público sobre os processos de privatização da EDP e da REN e frisou que os problemas da PT se iniciaram com a sua privatização "e agravaram-se já com Pedro passos Coelho a governar, quando acabou com a 'golden share'". Para João Semedo, estes são factos que desmontam a tese de que é no domínio público que está a corrupção.

 

O dirigente do BE criticou ainda o facto de Passos Coelho não ter tido uma palavra para os vistos 'gold', "da responsabilidade deste governo". "A pretexto de trazer para o país investimento privado, o que nós assistimos foi a casos de fraude, burla e corrupção, numa dimensão como até hoje o país nunca tinha visto", afirmou.

 

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em entrevista à RTP, considerou hoje que os casos recentes envolvendo os vistos dourados e o seu antecessor José Sócrates demonstram que a justiça atua independentemente das hierarquias e que isso é motivo de satisfação.

 

"O facto de vermos que a justiça atua e que, portanto, independentemente da posição que cada um ocupe na hierarquia do Estado até, que as polícias não deixam de fazer aquilo que devem, não deixam de investigar como devem, e o Ministério Público não deixa de preparar a defesa pública como deve, é um motivo de satisfação", declarou Pedro Passos Coelho, questionado sobre as investigações a José Sócrates e sobre os chamados vistos 'gold'.

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