Notícia
Irlanda vai a eleições no dia 26 de Fevereiro
O primeiro-ministro Enda Kenny é candidato a mais um mandato e apresenta a saída da "troika" - com menos desemprego e um crescimento muito superior aos pares europeus - como principal trunfo.
O primeiro-ministro irlandês Enda Kenny anunciou esta quarta-feira ter pedido ao presidente do país a dissolução do Parlamento (Dáil Éireann) e a marcação de eleições gerais para dentro de pouco mais de três semanas, na sexta-feira dia 26 .
Kenny é recandidato ao cargo de chefe de Governo e poderá vir a ser o primeiro membro do partido conservador-liberal (Fine Gael) a ser reeleito taoiseach (primeiro-ministro) desde a independência do país, se se confirmarem as sondagens que lhe dão um resultado próximo da maioria absoluta, que poderá ser alcançada com o apoio deputados independentes.
O período de governo de Enda Kenny – em coligação com os trabalhistas - coincide com a saída da Irlanda do programa de assistência económica e financeira, período em que o país reduziu o desemprego a quase metade, cresceu mais que os pares europeus e viu o consumo interno recuperar, de acordo com o jornal The Guardian.
"Pela primeira vez numa geração, a escolha que enfrentam é tão simples como clara. Há cinco anos (…) a Irlanda estava à beira do colapso, 300 mil pessoas tinham perdido o emprego, as finanças públicas estavam descontroladas, dezenas de milhares de familiares nossos saíam do país em busca de emprego e a reputação internacional da Irlanda estava de rastos", afirmou o primeiro-ministro numa mensagem colocada na rede social Twitter.
I am seeking a dissolution of Dáil Éireann today with the election to be held on February 26th.https://t.co/R5JnwC3XFB
— Enda Kenny (@EndaKennyTD) 3 fevereiro 2016
"Cinco anos depois, ainda temos muitos desafios e o trabalho não acabou", disse o agora candidato, elencando entre os progressos o regresso de 135 mil pessoas ao trabalho, a saída da troika e o fim dos "bancos maus". E pediu uma "escolha clara" para criar mais e melhores empregos e terminar o trabalho começado.
No terceiro trimestre do ano passado, de acordo com os dados do organismo estatístico de Dublin, a economia irlandesa cresceu 7% em relação ao período homólogo de 2014 (1,4% em cadeia), tendo registado em Janeiro uma taxa de desemprego de 8,6%. Ainda esta quarta-feira, nos dados relativos à performance das economias europeias no primeiro mês do ano – o índice PMI, dos gestores de compras – a Irlanda se destacava com o melhor resultado entre os países analisados: 61.1 contra uma média de 53.6 da zona euro.
Se os trabalhistas terão de responder perante o seu eleitorado pelo acordo dado às medidas de austeridade inscritas no programa de resgate assinado com o FMI e a União Europeia, já aos conservadores-liberais se afigura um possível novo período de governo em que o fôlego financeiro permitirá tomar medidas mais populares.