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Duarte Cordeiro avisa que não será o PS ou Governo a interromper diálogo à esquerda

"O debate orçamental é democrático, mas deve ser responsável, sob pena de comprometermos as conquistas que tivemos e queremos dar continuidade", declarou, num aviso dirigido aos parceiros parlamentares do PS na anterior legislatura.

Sérgio Lemos
28 de Janeiro de 2020 às 17:11
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O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares defendeu hoje que a visão estratégica dos desafios aproxima o PS dos partidos à sua esquerda e das forças ambientalistas, avisando que não serão os socialistas a interromper esse diálogo.

Esta linha política foi preconizada por Duarte Cordeiro numa intervenção proferida na sessão de abertura de dois dias de Jornadas Parlamentares do PS em Setúbal, na qual também pediu "responsabilidade política" nas negociações do Orçamento.

"O debate orçamental é democrático, mas deve ser responsável, sob pena de comprometermos as conquistas que tivemos e queremos dar continuidade", declarou, num aviso dirigido aos parceiros parlamentares do PS na anterior legislatura.

De acordo com o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, nas últimas eleições legislativas, em outubro passado, "os portugueses quiseram a continuidade da anterior legislatura".

"E, tendo presente, essa vontade, o PS procurou a renovação do diálogo e da construção de pontes com os partidos de esquerda com quem teve entendimentos parlamentares nos últimos quatro anos: Bloco de Esquerda, PCP e PEV. Alargámos este diálogo ao PAN e ao Livre, que manifestou disponibilidade durante as últimas eleições legislativas", apontou.

Depois de não ter excluído entendimentos em torno de questões de regime ou estruturais (descentralização ou política de infraestruturas) com o PSD, Duarte Cordeiro identificou no entanto os chamados parceiros preferenciais dos socialistas.

"Assumimos que o nosso programa eleitoral e a nossa visão política sobre alguns dos desafios estratégicos que enfrentamos nos conduzem a um espaço político de entendimento natural com a esquerda parlamentar e com os partidos ambientalistas. A nossa vontade é continuar a esse caminho. E não será pelo PS, nem pelo Governo, que será interrompido", advertiu.

Contrariando algumas acusações recentemente feitas ao Governo, sobretudo pelo Bloco de Esquerda e PCP, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares contrapôs que o Governo está a continuar o trabalho da anterior legislatura, designadamente ao "assumir como prioridade máxima" do Orçamento para este ano a saúde pública, mas também os transportes públicos.

"Este é um Orçamento sem recuos sobre as medidas e avanços alcançados nos últimos quatro anos. Assumimos esse período por inteiro. Este é um Orçamento de esquerda", acentuou.

Neste contexto, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares referiu-se ao período até à votação final do Orçamento do Estado para 2020, no dia 06 de fevereiro, dizendo que o seu Governo "tem a expectativa de melhorar a proposta em discussão e melhorar a sua representatividade" política.

Após enumerar acordos alcançados à esquerda até à fase de votação na generalidade, Duarte Cordeiro sustentou que o Governo "demonstrou abertura negocial significativa".

"E temos continuado a mostrar abertura", acrescentou.
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