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Deputada do BE considera declarações de Cavaco Silva "uma série de disparates"

A deputada do Bloco de Esquerda Joana Mortágua afirmou na noite de quarta-feira que o ex-Presidente da República, Cavaco Silva, disse "uma série de disparates", considerando o seu reaparecimento como o "anti-milagre de ressuscitação".

Bruno Simão/Negócios
31 de Agosto de 2017 às 07:33
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"Sai de casa e entrei no carro e assisti a um anti-milagre de ressuscitação. Parece que ouvi no rádio uma voz do além, das profundezas, a dizer uma série de disparates e afinal era o Cavaco Silva que tinha voltado, não se sabe bem de onde, para dizer umas coisas", disse a deputada, durante um comício do BE, que decorreu em Almada, onde é candidata à presidência da autarquia.

Joana Mortágua continuou o seu ataque ao PSD, envolvendo nas críticas Pedro Passos Coelho, líder do PSD, e André Ventura, candidato dos social-democratas a Loures.

"Passos Coelho tanto disse que o diabo havia de vir, e não é que ele vem, e acaba na Universidade de Verão da PSD. Deve ter vindo atrás do cheiro a enxofre que o André Ventura vai soltando por onde passa e que vai contaminando tantos jovens e dirigentes do PSD", frisou.

A deputada do BE apontou também críticas a Assunção Cristas, candidatada do CDS-PP à Câmara de Lisboa, e Maria Luís Albuquerque, candidata do PSD à Câmara de Almada.

"A direita anda a transformar governantes derrotados em candidatos a autarquias. Exemplo disso é Assunção Cristas do outro lado do rio, e nunca ficamos tão contentes por ter o Tejo pelo meio. Mas também em Almada, onde temos uma governante derrotada que tenta agora ressuscitar através das eleições autárquicas, que é Maria Luís Albuquerque, antiga ministra das Finanças", defendeu.

No comício marcou também presença a coordenadora do BE, Catarina Martins, que não quis comentar as declarações de Cavaco Silva.

"A Joana Mortágua já falou e não vou falar sobre isso. Uma Universidade de Verão do PSD, convidaram um ex-líder, não existe nada de extraordinário nisso. Não me surpreendeu de forma nenhuma", disse em declarações à Lusa.

O ex-Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu hoje que, na zona euro, "a realidade acaba sempre por derrotar a ideologia" e os que, nos governos, querem realizar a revolução socialista "acabam por perder o pio ou fingem que piam".

Numa 'aula' na Universidade de Verão do PSD, Cavaco Silva afirmou que hoje "é corrente apresentarem-se três casos" de países onde a realidade tirou o tapete à ideologia, enumerando França e Grécia mas sem se referir explicitamente ao caso de Portugal.
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