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Costa e Sánchez: veja as semelhanças e as diferenças

Em Espanha, como em Portugal, o partido socialista foi o principal derrotado das eleições legislativas. Em Portugal, Costa conseguiu ser primeiro-ministro. Sánchez está a tentar o mesmo caminho.

Pedro Elias
07 de Janeiro de 2016 às 17:10
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António Costa recebeu esta quinta-feira, 7 de Janeiro, o líder do partido irmão espanhol, o PSOE, numa altura em que em Espanha decorrem intensas negociações para a formação de Governo. Tal como o PS, também o PSOE foi considerado o principal derrotado das eleições legislativas em Espanha, ficando contudo com uma palavra decisiva sobre o futuro Governo. Mas a escalada de Pedro Sánchez para chegar à liderança de um governo espanhol afigura-se bastante mais difícil do que a de António Costa.

Veja as semelhanças e as diferenças entre a situação portuguesa e espanhola. 

 

SEMELHANÇAS


Partido no poder ganha eleições

Apesar das medidas de austeridade, ambos os partidos no poder conseguiram ganhar as eleições. A coligação PaF, que reunia PSD e CDS, venceu com 36,9% dos votos, contra 32,3% do PS. Em Espanha, o PP conseguiu 28,7% dos votos ao passo que o PSOE se ficou pelos 22%.

 

Direita vence sem maioria absoluta

Tal como em Portugal, a direita espanhola no poder venceu as eleições sem conseguir maioria absoluta no Parlamento. Juntos, os dois partidos de direita, PSD e CDS, não conseguiram mais de 37% dos votos, o que se traduziu em apenas 107 deputados. 

Principal derrotado torna-se decisivo
PS foi o principal derrotado das eleições, mas tornou-se decisivo para as soluções governativas acabando por formar Governo. Também o PSOE foi o principal derrotado com o seu pior resultado e tem a chave para o problema. Se o partido de Sánchez der a mão ao PP, Mariano Rajoy tem condições para governar. Mas se os socialistas se virarem para o Podemos e conseguirem um entendimento com forças políticas mais pequenas, então Sánchez pode ambicionar ser primeiro-ministro. Foi isso que fez António Costa. Apesar de ter apenas 86 deputados, conseguiu obter uma maioria parlamentar através de um acordo com o Bloco de Esquerda (19 parlamentares) e a CDU (17). 



DIFERENÇAS

Esquerda sem maioria em Espanha

Enquanto em Portugal, o PS e os dois partidos de esquerda tinham maioria no Parlamento, em Espanha isso não sucede. Mesmo que o PSOE se junte ao Podemos, não tem a maioria dos deputados: consegue apenas 159 deputados, aquém dos 175 necessários. Assim precisa de negociar com pequenos partidos regionalistas, o que se torna muito complicado.

Um problema chamado Catalunha
Toda a discussão política em Espanha tem estado marcada pela questão da independência da Catalunha. Para governar, Pedro Sánchez precisaria de um dos partidos soberanistas catalães e aí o choque é frontal. Os catalães da Esquerda Republicana conseguiram nove deputados e os catalães da Democracia e Liberdade, oito. Por outro lado, a Catalunha divide igualmente PSOE e Podemos. O partido de Pablo Iglesias defende um referendo na região sobre a independência, algo que os socialistas rejeitam em absoluto

PSOE mais dividido
A contestação interna ao líder no PSOE parece ser mais forte do que a verificada no PS. Por ser um jovem com pouca experiência, mas sobretudo porque teve o pior resultado de sempre do partido. Muitos "barões" do partido têm vindo a terreiro criticar a possibilidade de um acordo à esquerda e são muitos os que dão por certa a realização de novas eleições.

 

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