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Costa: "Se as coisas começarem a correr mal temos de dar um passo atrás"
Em visita a algumas fábricas do setor têxtil no norte do país, o primeiro-ministro António Costa alertou que o fim do estado de emergência não vai ser o regresso à normalidade. Essa só virá quando houver uma vacina, reforça o líder socialista.
Num dia em que está a visitar várias fábricas do setor têxtil no norte do país, o líder socialista assume que estão reunidas condições para "descer um nível" nas restrições impostas à população, do estado de emergência para o estado de calamidade, mas que isso não significa o "regresso à normalidade plena", que só voltará a existir quando houver vacina, afirma.
Costa admite aos jornalistas que o atual estado de emergência "permite a adoção de medidas mais alargadas", mas ainda assim refere que as pessoas já estavam a auto impor medidas de restrição, antes do estado atual entrar em vigor, como é o caso do encerramento de fronteiras, dos confinamentos sanitários, ou até a cerca sanitária de Ovar, acrescenta.
"Tanto a lei de bases da proteção civil, como a lei de saúde pública dão ao estado os instrumentos necessários para poderem agir" e se for necessário o Governo pode até recuar no desconfinamento: "Se as coisas começarem a correr mal temos de dar um passo atrás. Ninguém pense que se for necessário dar um passo atrás não o daremos. Daremos sempre os passos que forem necessários para proteger as pessoas", destaca.
As atividades que vão abrir em maio, como os transportes públicos, as escolas, as lojas e os restaurantes têm de cumprir todas as normas de segurança, com o uso de máscaras no seu interior nos primeiros casos. Nas lojas "terá de se cumprir normas de distanciamento social" e no caso dos restaurantes "a capacidade de lotação terá de ser inferior" ao nível pré-coronavírus.
Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu no passado sábado que, depois de o estado de emergência devido à pandemia, será sempre preciso "muita contenção" e um grande equilíbrio para evitar "avanços e recuos" em Portugal.
O atual estado em vigor tem tido claro impacto na economia local. Segundo o Banco de Portugal, os portugueses terão levantado menos 34 milhões de euros por dia e efetuado menos 56 milhões de euros de compras desde que iniciou o Estado de Emergência.