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Primeiro-ministro não aceita demissão de Galamba
O primeiro-ministro disse nesta terça-feira que não aceita o pedido de demissão do ministro das Infraestruturas. Admite ir contra comentadores e diz que Governo aceitará decisões do Presidente da República.
Numa comunicação ao país nesta terça-feira, 2 de maio, o chefe de Governo disse que a experiência de trabalho com João Galamba "não permite aceitar a sua demissão" e que isso implicaria "violar a sua consciência".
João Galamba anunciou, em comunicado, que apresentou a sua demissão ao primeiro-ministro, após o incidente com o seu ex-adjunto Frederico Pinheiro na semana passada, que depois de ter sido exonerado terá tentado alegadamente ficar com um computador do ministério e agredido uma assessora de imprensa.
Além disso, entre as dúvidas que pendem sobre o ministro das Infraestruturas, está a possível ocultação de informação à comissão parlamentar de inquérito da TAP.
"Não tenho nenhum indício que procurou ocultar" informações, assegurou António Costa, frisando que "foi o ministro quem disponibilizou essa informação à comissão de inquérito".
Costa lamenta desiludir comentadores - e passa a bola a Marcelo
"Teria sido mais fácil aceitar o pedido de demissão, como defende a generalidade dos agentes políticos. Lamento desiludir os que vou desiludir mas dou primazia à minha consciência", disse António Costa.
Depois, mais tarde na sua intervenção, Costa admitiu que o "exercício de primeiro-ministro exige muitas vezes solidão".
O primeiro-ministro disse ainda que não se sentiu pressionado pelas notícias que davam conta de que o Presidente da República queria, após este caso, uma remodelação do Governo.
"Ouço o que o Presidente da República diz, quer em público, quer em privado", começou por responder António Costa. No entanto, não disse qual foi a reação de Marcelo Rebelo de Sousa à sua decisão.
Mas sobre a possibilidade de queda do Governo, o primeiro-ministro recusou especular sobre cenários de dissolução do Parlamento. "Esse é um poder exclusivo do Presidente e o Governo cá está para respeitar qualquer decisão do Presidente", disse.
"Da mesma forma que propor a nomeação e exoneração de membros do Governo é competência do primeiro-ministro", acrescentou.
(Notícia atualizada)