Notícia
Costa estranha críticas de quem nunca se preocupou com "promiscuidade" entre cargos políticos e negócios
"Nenhum dos membros do meu Governo sairá do Governo para formar um banco que depois vá à falência e fique a viver à custa dos contribuintes", afirmou António Costa.
28 de Março de 2019 às 19:52
O primeiro-ministro lamentou esta quinta-feira que aqueles que criticam as relações familiares de alguns membros do atual Governo não tenham manifestado a mesma preocupação com a promiscuidade no exercício de cargos políticos e no mundo dos negócios.
"Eu percebo a preocupação com as relações familiares. Acho estranho que, quem hoje se preocupa tanto com as relações familiares, se tenha preocupado tão pouco, no passado, com outras relações - que essas não são públicas, nem são sindicáveis, designadamente com a promiscuidade entre o exercício de cargos políticos e o mundo dos negócios", disse António Costa.
O líder do executivo, que falava aos jornalistas no final da cerimónia de apresentação da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa, no Barreiro, distrito de Setúbal, disse ainda que "há uma coisa" que pode garantir. "Há uma coisa que eu posso garantir: nenhum dos membros do meu Governo sairá do Governo para formar um banco que depois vá à falência e fique a viver à custa dos contribuintes, nenhum membro do meu Governo sairá do Governo para ir gerir uma infraestrutura cuja construção ordenou; nenhum membro do meu Governo irá adquirir ativos a empresas que privatizou na legislatura imediatamente anterior. Essas é que são as relações com que se deviam preocupar", acrescentou.
Antes, António Costa reconheceu não ter gostado das críticas do presidente do PSD, Rui Rio, que comparou o Conselho de Ministro a uma ceia de Natal.
"Ouvi o líder da oposição fazer uma referência, que eu diria injusta e desprimorosa, comparando o Conselho de Ministros com uma ceia de Natal. [No Governo] há, no conjunto dos 62 gabinetes, mais de 500 pessoas a trabalhar. Têm sido referidos alguns casos - é provável que aconteçam alguns casos de relações familiares, como seguramente acontece em qualquer empresa, que haja relações familiares entre algumas pessoas. O que seria grave - e até agora não vi nenhum caso apontado nesse sentido - é que alguém fosse prejudicado ou beneficiado em função das relações familiares", disse.
António Costa admitiu que "pode haver uma ou outra coincidência, mas não é isso que altera a realidade".
No que diz respeito aos membros do governo, o primeiro-ministro referiu que "já se verificou que, na prática, não há nenhuma perturbação da independência com que cada um intervém e ninguém nomeou um seu familiar para exercer qualquer função".
"Como o Presidente da República já teve oportunidade de explicar não houve nenhuma alteração nas relações familiares de nenhum membro do Governo desde a sua composição inicial e o Governo já tem mais de três anos", acrescentou o primeiro-ministro, assegurando que não escolheu nenhum membro do Governo em função das relações familiares.
António Costa refutou também o argumento de que as relações familiares entre alguns membros do Governo constituem um sinal de um executivo fechado sobre si próprio.
"Dei-me ao trabalho de fazer as contas e, dos 62 membros do Governo, pude verificar que 36 são militantes do PS, o que é normal, e 26 são independentes, que só 14 tinham tido anteriores experiências governativas e só 30 tinham exercido qualquer tipo de cargo político, desde ministro a vereador, o que significa que 32 membros do Governo são pessoas que fomos mobilizar à sociedade civil e que demonstra que, ao contrário do que às vezes se diz, há cidadãos disponíveis para servir o seu país, para servir os portugueses. E eu acho que isso é motivo de orgulho para que o sistema político não se feche", defendeu o primeiro-ministro.
Na terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que se limitou a aceitar a designação feita pelo Presidente Cavaco Silva, "que foi a de nomear quatro membros do Governo com relações familiares, todos com assento no Conselho de Ministros".
O chefe de Estado disse ter aceitado essa solução "partindo do princípio de que o Presidente Cavaco Silva, ao nomear aqueles governantes, tinha ponderado a qualidade das carreiras e o mérito para o exercício das funções".
"Depois disso, não nomeei nenhum outro membro com relações familiares para o exercício de funções no executivo e com assento no Conselho de Ministros", salientou ainda o Presidente da República.
Já depois de Cavaco Silva ter respondido na quarta-feira que "não há comparação possível" entre o governo a que deu posse, em 2015, e o atual, Marcelo Rebelo de Sousa insistiu que é "um facto histórico" que foi o seu antecessor que nomeou os quatro membros do governo com relações familiares.
"Eu percebo a preocupação com as relações familiares. Acho estranho que, quem hoje se preocupa tanto com as relações familiares, se tenha preocupado tão pouco, no passado, com outras relações - que essas não são públicas, nem são sindicáveis, designadamente com a promiscuidade entre o exercício de cargos políticos e o mundo dos negócios", disse António Costa.
Antes, António Costa reconheceu não ter gostado das críticas do presidente do PSD, Rui Rio, que comparou o Conselho de Ministro a uma ceia de Natal.
"Ouvi o líder da oposição fazer uma referência, que eu diria injusta e desprimorosa, comparando o Conselho de Ministros com uma ceia de Natal. [No Governo] há, no conjunto dos 62 gabinetes, mais de 500 pessoas a trabalhar. Têm sido referidos alguns casos - é provável que aconteçam alguns casos de relações familiares, como seguramente acontece em qualquer empresa, que haja relações familiares entre algumas pessoas. O que seria grave - e até agora não vi nenhum caso apontado nesse sentido - é que alguém fosse prejudicado ou beneficiado em função das relações familiares", disse.
António Costa admitiu que "pode haver uma ou outra coincidência, mas não é isso que altera a realidade".
No que diz respeito aos membros do governo, o primeiro-ministro referiu que "já se verificou que, na prática, não há nenhuma perturbação da independência com que cada um intervém e ninguém nomeou um seu familiar para exercer qualquer função".
"Como o Presidente da República já teve oportunidade de explicar não houve nenhuma alteração nas relações familiares de nenhum membro do Governo desde a sua composição inicial e o Governo já tem mais de três anos", acrescentou o primeiro-ministro, assegurando que não escolheu nenhum membro do Governo em função das relações familiares.
António Costa refutou também o argumento de que as relações familiares entre alguns membros do Governo constituem um sinal de um executivo fechado sobre si próprio.
"Dei-me ao trabalho de fazer as contas e, dos 62 membros do Governo, pude verificar que 36 são militantes do PS, o que é normal, e 26 são independentes, que só 14 tinham tido anteriores experiências governativas e só 30 tinham exercido qualquer tipo de cargo político, desde ministro a vereador, o que significa que 32 membros do Governo são pessoas que fomos mobilizar à sociedade civil e que demonstra que, ao contrário do que às vezes se diz, há cidadãos disponíveis para servir o seu país, para servir os portugueses. E eu acho que isso é motivo de orgulho para que o sistema político não se feche", defendeu o primeiro-ministro.
Na terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que se limitou a aceitar a designação feita pelo Presidente Cavaco Silva, "que foi a de nomear quatro membros do Governo com relações familiares, todos com assento no Conselho de Ministros".
O chefe de Estado disse ter aceitado essa solução "partindo do princípio de que o Presidente Cavaco Silva, ao nomear aqueles governantes, tinha ponderado a qualidade das carreiras e o mérito para o exercício das funções".
"Depois disso, não nomeei nenhum outro membro com relações familiares para o exercício de funções no executivo e com assento no Conselho de Ministros", salientou ainda o Presidente da República.
Já depois de Cavaco Silva ter respondido na quarta-feira que "não há comparação possível" entre o governo a que deu posse, em 2015, e o atual, Marcelo Rebelo de Sousa insistiu que é "um facto histórico" que foi o seu antecessor que nomeou os quatro membros do governo com relações familiares.