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Condenação de Berlusconi aumenta tensões no governo de Letta
O primeiro-ministro italiano Enrico Letta está a enfrentar uma crescente tensão e discórdia no seio do seu partido, depois do seu parceiro de coligação, Silvio Berlusconi, ter sido condenado a sete anos de prisão por incitamento à prostituição de menores e abuso de poder.
O veredicto, anunciado ontem pela juíza Giulia Turri em Milão, e que condenou Silvio Berlusconi a sete anos de prisão por incitamento à prostituição de menores e abuso de poder, foi criticado por alguns membros do seu partido. Por outro lado, o Partido Democrático de Letta afirmou que iria respeitar a decisão da juíza. Berlusconi continua a afirmar a sua inocência, estando agora a preparar o recurso.
O processo de recurso poderá demorar anos, e Berlusconi poderá ser poupado à prisão, pois os acusados com uma idade superior a 70 anos (Berlusconi tem 76) são normalmente confinados às suas habitações, caso sejam considerados culpados. Ainda assim, esta batalha legal está a expor as falhas da coligação, formada há apenas dois meses, segundo noticia a Bloomberg.
“Letta vai ter de lutar muito para manter o barco no seu curso”, afirmou James Walston, professor da Universidade norte-americana, em Roma. A decisão judicial “animou e irritou os apoiantes de Berlusconi para serem mais duros em assuntos menos relevantes”.
O ministro do Interior veio também a público dizer que o veredicto foi contra o senso comum tendo causado “uma profunda acidez e dor”, para as pessoas do Partido da Liberdade, liderado por Berlusconi.