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Centeno sem dúvidas: "Falha quase tudo" no programa do PSD

Ministro das Finanças duvida da "razoabilidade orçamental" do projeto apresentado por Rui Rio. Líder social democrata prometeu baixar impostos para a classe média e empresas.

Reuters
06 de Julho de 2019 às 16:02
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O ministro das Finanças, Mário Centeno, não esconde a sua desconfiança para com o programa do PSD para as próximas legislaturas, apresentado esta semana por Rui Rio. Para o governante do Executivo de António Costa, mais do que a previsão de um crescimento de 2,7% do PIB, está em causa a "razoabilidade orçamental". "Não vejo uma dificuldade significativa no cenário macro apresentado pelo PSD desse ponto de vista [do crescimento económico). Já a mesma coisa não penso em relação à sua razoabilidade orçamental, onde, do pouco que sabemos daquele programa, me parece que ali falha quase tudo", disse em entrevista ao Público. 

"Sabemos que a receita fiscal vai cair quando comparado com todos os outros cenários. E depois há ali o habitual milagre do corte da despesa que levanta alguma dúvidas, em particular no que respeita aos consumos intermédios. Há uma dimensão enormíssima dessa despesa que é precisamente na Saúde. Portanto, é preciso saber onde é que esses cortes são feitos. E a mesma coisa é verdade para as despesas com pessoal e prestações sociais", reforçou, acrescentando: "Já estão legisladas, em termos de congelamento de carreiras e no funcionamento da Lei de Bases da Segurança Social, obrigações de despesa. E aquelas despesas que estão previstas no programa do PSD não me parece que cheguem para dar resposta a essas obrigações.

Esta quinta-feira, 
Rui Rio comprometeu-se a reduzir as taxas do IRS nos escalões intermédios, para aliviar a carga fiscal da classe média, e a baixar em quatro pontos percentuais o IRC na próxima legislatura, caso vença as eleições.


Em conferência de imprensa, na sede do PSD no Porto, Rui Rio explicou que, em matéria de IRS, além da redução do imposto nos escalões intermédios, numa medida "marcadamente para a classe média porque foi quem mais sofreu com a `troika´", pretende aumentar as deduções das despesas com a educação e impulsionar o incentivo fiscal à poupança das famílias.


Já quanto ao IRC, Rui Rio prometeu uma redução gradual deste imposto em quatro pontos percentuais ao longo da legislatura, passando dos atuais 21% para 17%, por forma a reduzir o esforço fiscal das pequenas e médias empresas (PMEs).

 

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