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CDS-PP recomenda ao Governo que deixe de revogar "tudo o que mexe"

O vice-presidente do CDS apelou ao Governo que deixe de "revogar tudo o que mexe nem a reverter tudo aquilo que possa ser associado ao anterior Governo".

26 de Dezembro de 2016 às 13:35
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O vice-presidente do CDS, Adolfo Mesquita Nunes, recomendou esta segunda-feira, 26 de Dezembro, ao Governo que deixe de "revogar tudo o que mexe" só por estar associado ao anterior Executivo, defendendo que a realidade comprova o acerto da governação PSD/CDS-PP.

"O que temos para dizer ao senhor primeiro-ministro é que era importante, se ele quiser continuar a contar com sucessos nestas áreas, que o Governo não se pusesse a revogar tudo o que mexe nem a reverter tudo aquilo que possa ser associado ao anterior Governo", afirmou Adolfo Mesquita Nunes.

Em declarações aos jornalistas à porta da Assembleia da República, que está hoje fechada devido à tolerância de ponto concedida à administração pública, o vice-presidente do CDS-PP considerou "irónico ou até revelador" que o primeiro-ministro, António Costa, tenha escolhido como temas da sua mensagem de Natal a educação, o combate à pobreza e o desemprego.

"As três áreas escolhidas foram a educação, o combate à pobreza e o emprego e, nestas três áreas, nas últimas semanas, o Governo foi confrontado com três dados importantes que demonstram como herdou uma situação melhor do que aquela que diz", frisou.

Nos casos da Educação e do combate à pobreza, Mesquita Nunes destacou que os últimos dados do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) e o índice da redução da desigualdade divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística relativo a 2014 e 2015 "demonstram o acerto das políticas" do anterior Governo.

O dirigente centrista referiu-se ainda a um estudo da Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Económico, cuja divulgação oficial o CDS-PP já requereu, que considerou demonstrar "o sucesso das reformas laborais do anterior governo".

"Mais importante do que reverter tudo aquilo que o Governo anterior fez é averiguar aquilo que está a resultar, aquilo que deu sucesso e manter essas reformas", defendeu.

"Quando chegamos a louvar uma redução de 0,5% do défice, esquecendo que o Governo anterior herdou 10% de défice e deixou [a governação] com 3%, diria que estamos pelo menos a esquecer ou a empalidecer o trabalho que foi feito pelos governos anteriores", afirmou.

Mesquita Nunes considerou que "seria positivo" que cada governo trabalhasse "preservando aquilo que de bom foi feito pelos anteriores" ao invés de "criticar por criticar".

"E por isso o desafio que lançamos ao PS é que procure fazer consensos com os partidos moderados e não apenas com a extrema-esquerda com quem tem governado", disse, anunciando a reapresentação, no Parlamento, de três iniciativas legislativas.

O vice-presidente do CDS-PP afirmou ainda esperar que possam ser "aproveitadas" três iniciativas que foram anteriormente rejeitadas pela esquerda: a proposta para a estabilização dos manuais escolares e programas durante seis anos, para o alargamento do ensino pré-escolar e para que cada cidadão possa conhecer, ao longo da vida, a pensão de reforma a que terá direito.

Na habitual mensagem de Natal, o primeiro-ministro, António Costa, defendeu disse que a educação tem de ser a primeira das prioridades, considerando que o maior défice nacional é o do conhecimento.

António Costa defendeu também o combate à pobreza e à precariedade laboral em nome de uma "sociedade decente".
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