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Cavaco sublinha "a discrição e reserva" na relação que manteve com o Governo

O antigo Presidente da República Cavaco Silva sublinhou esta quinta-feira que durante os seus mandatos em Belém impôs a si próprio "discrição e reserva" na relação com os membros do Governo, recusando-se sempre "a fazer espectáculo".

02 de Março de 2017 às 19:29
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Na apresentação do livro "Quinta-feira e outros dias", obra que reúne as memórias sobre mandatos enquanto chefe de Estado, Cavaco Silva considerou que se dispensasse "a discrição e a reserva na interacção com os membros do Governo", bem como "o estudo cuidado dos problemas com que era confrontado", a sua magistratura de influência "seria seriamente prejudicada".

 

"O conhecimento público das posições do Presidente da República discordantes das do Governo tornar-se-ia arma de arremesso da luta entre os partidos políticos. Daí que recusasse fazer espectáculo do relacionamento do Presidente com o Governo", disse Aníbal Cavaco Silva.

 

Com apresentação a cargo do ex-ministro Luís Valente de Oliveira, a sessão decorreu na Alfândega do Porto, cerca de duas semanas depois da primeira apresentação, que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, local onde anunciou as suas duas candidaturas presidenciais e onde festejou as vitórias.

 

Quanto à escolha da Alfândega do Porto para esta nova apresentação, Cavaco Silva disse que este é um edifício "simbólico" na sua vida política por ali ter apresentado ao país as linhas de orientação do que seriam as suas magistraturas se vencesse, como veio a acontecer, nas presidenciais de 2006.

 

Na sessão desta tarde foi adiantado pela editora responsável pelo lançamento de "Quinta-feira e outros dias" que este livro é actualmente a obra mais vendida em Portugal e que será feita uma segunda edição.

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