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Catarina Martins: Governo “põe uma série de pedras no caminho”

A porta-voz do Bloco de Esquerda lamenta, em entrevista ao Diário de Notícias, que o Governo de António Costa não esteja a fazer o investimento necessário para a criação de emprego. E até defende Carlos Costa, afirmando que fez o que era ingrato para o anterior Governo.

Catarina Martins: Levou o Bloco de Esquerda ao seu melhor resultado de sempre e foi decisiva para António Costa ter conseguido acordos à esquerda.
12 de Maio de 2016 às 10:18
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Catarina Martins lamenta que o Governo não esteja a investir mais. Em entrevista ao Diário de Notícias, publicada esta quinta-feira, a porta-voz do Bloco de Esquerda diz olhar para o Governo do PS como "o que o Bloco de Esquerda apoia para recuperar rendimentos", mas também "como o que põe uma série de pedras no caminho e faz com que não seja possível haver investimento para criar emprego".

 

A porta-voz do Bloco de Esquerda defende ainda a reestruturação da dívida pública nacional, que, no seu entender, "tem de ser conduzida pelo Governo português", porque "uma renegociação nas condições que neste momento a Europa impõe é má", e o que aconteceu na Grécia é um exemplo disso. "Ficar à espera de uma solução europeia" é algo que "destrói a nossa economia".

 

O Governo, recorde-se, tem dito que a renegociação da dívida só se fará quando se colocar "em termos europeus".

 

Para o Orçamento do Estado para 2017, Catarina Martins antevê uma "série de conversações complexas, negociações difíceis, notícias sobre uma coisa e o seu contrário todos os dias". Mas só haverá problemas na geringonça se o Governo cortar salários ou pensões. "A maioria só fica em causa se o Orçamento de 2017, em vez de recuperar os rendimentos do trabalho, os atacar", garante.

 

Há linhas vermelhas, uma delas o IVA. "Não admitimos nada no IVA, nem sequer o discutimos. O IVA não tem tirado um segundo do meu tempo". Na entrevista, Catarina Martins admite que já passou a usar a palavra "geringonça" no seu vocabulário, uma vez que esta "perdeu o carácter ofensivo de tão banalizada que foi".

 

A porta-voz bloquista defende ainda que o Governo "acabe com todas as rendas públicas pagas aos negócios privados na saúde", que até "Já deviam ter acabado". "Não são só PPP, é o excesso de contratualização com privados", defende.

 

Carlos Costa arcou com as culpas

 

Catarina Martins não deixou de falar sobre a banca, um tema em que tem feito uma pressão altíssima sobre o Governo de António Costa. Recorde-se que a 15 de Abril, a porta-voz do Bloco de Esquerda exigiu a saída de Carlos Costa do Banco de Portugal, depois de este ter cometido pelo menos "duas falhas graves" à frente do regulador, no Banif e no BES.

 

Agora, Catarina assume uma posição mais condescendente. "A ideia que temos é que o governador fez muitas vezes o que era ingrato para o Governo fazer, assumindo as culpas do que o Governo queria fazer, e depois o Executivo dizia que nada sabia", descreve. "Podemos estar enganados, mas das duas, uma: ou Carlos Costa agiu nas costas do anterior Governo e não se percebe como foi reconduzido, ou arcou com as culpas, e aí percebe-se", resume.

 

A porta-voz do Bloco também se pronunciou sobre algumas das principais figuras políticas da actualidade. Sobre Marcelo Rebelo de Sousa, criticou a excessiva intervenção. "Quando o Presidente considera que deve ter posição pública sobre todos os assuntos do país, nas suas diversas esferas., está a chamar à Presidência temas que não são da sua competência, e é isso que tem acontecido", observou, repetindo críticas que constam da moção que subscreve para a Convenção Nacional do partido.

 

Tiago Brandão Rodrigues é corajoso

 

Sobre o ministro das Finanças Mário Centeno, apesar de ter um "projecto político muito distante" do do Bloco, diz ter "grande consideração pela forma como respeitou e compreendeu o percurso que estava a ser feito" nas negociações à esquerda. E Tiago Brandão Rodrigues, que tem sido atacado no ministério da Educação? "Tem tido um trabalho muito complicado e está a ter coragem para o fazer", certifica, acrescentando que é "alguém que que acredita muito na Educação enquanto instrumento de igualdade, de cidadania".

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