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Catarina Martins diz que Banco de Portugal "não é mais um ministério"

Em declarações aos jornalistas em Braga, à margem de uma reunião com a Comissão de Trabalhadores da Bosch, Catarina Martins disse ainda que o BE também não aceita que o futuro governador do BdP seja alguém da equipa do atual, Carlos Costa.

Lusa
12 de Junho de 2020 às 18:08
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A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, afirmou hoje que o Banco de Portugal (BdP) "não é mais um ministério na roda de remodelações governamentais", quando questionada sobre a possibilidade de Mário Centeno ser nomeado novo governador.

Em declarações aos jornalistas em Braga, à margem de uma reunião com a Comissão de Trabalhadores da Bosch, Catarina Martins disse ainda que o BE também não aceita que o futuro governador do BdP seja alguém da equipa do atual, Carlos Costa.

"A discussão como está a ser feita é envenenada. Nem o BdP é mais um ministério na roda de remodelações governamentais, nem o BdP tem de ficar condenado a ver Carlos Costa ser substituído por um dos seus vice- governadores, por alguém da sua equipa, porque uma equipa que se provou incapaz até agora não vai começar a ser competente a partir de agora", referiu.

A líder do BE afirmou que foi consensual a crítica, da esquerda à direita, "ao que foi feito do BdP nos últimos anos".

"Seria o que mais faltava que a mesma equipa continuasse à frente do BdP e que o BdP continue infiltrado pelos banqueiros privados", apontou.

Questionada sobre a hipótese de a escolha recair sobre Mário Centeno, ministro das Finanças demissionário, Catarina Martins disse que a ocasião não é para discutir nomes mas sim novas regras para o BdP.

"Nós queremos discutir as regras para o BdP, exatamente como é que podemos ter uma regulação que proteja o país em vez de continuar a proteger os banqueiros", vincou.

Adiantou que ninguém, por mais competente que seja, conseguirá fazer um bom trabalho no BdP se não tiver regras que permitam fazer esse bom trabalho.

"Devo dizer que Mário Centeno teve muito tempo para mudar essas regras enquanto era ministro das Finanças e foi uma pena que não o tivesse feito. Não foi seguramente por falta de proposta do BE", rematou.



VCP // SF

Lusa/Fim
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