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Bloco de Esquerda diz que acordo à esquerda "valeu a pena"

A coordenadora do Bloco de Esquerda considerou hoje que o acordo de governação à esquerda "valeu a pena", porque antes "discutia-se o orçamento da direita e a intensidade dos cortes e agora discute-se como fazer a recuperação".

Miguel Baltazar
12 de Novembro de 2016 às 10:16
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"Quando olhamos para onde estávamos há um ano e sabemos que era o Governo do PSD/CDS-PP que se apresentou e que foi chumbado com o seu programa de aumento de impostos e de corte de pensões, lembramo-nos que quando discutíamos orçamentos da direita, discutíamos a intensidade dos cortes dos rendimentos do trabalho e agora estamos a discutir de que forma é que se faz a recuperação", disse Catarina Martins.

 

A coordenadora do Bloco de Esquerda, que falava no Porto numa sessão pública sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2017, começou por afirmar que o acordo feito com o PS "assentou em recuperar rendimentos do trabalho, parar privatizações e proteger o Estado social", garantindo que o seu partido "foi claro" nessas posições "desde o primeiro dia".

 

Mas de seguida, Catarina Martins admitiu que "a pressão europeia e a chantagem da dívida pública vão limitando caminhos", logo "vão estreitando opções", mas fez um balanço positivo a um ano de acordo à esquerda

 

"Quando olhamos para o percurso deste ano, quando olhamos para um OE que tem o maior aumento de pensões da década, quando sabemos que 700 mil famílias têm acesso à tarifa social da energia ou que o aumento do salário mínimo é uma realidade abrange bem mais de meio milhão de trabalhadores, sabemos que valeu a pena", frisou.

 

Catarina Martins reiterou que este OE "não é o OE do Bloco de Esquerda", mas sim "o OE do Partido Socialista com acordos à Esquerda" para afirmar que este é o "primeiro em muitos anos que está dentro da Constituição".

 

"Este Orçamento está dentro da Constituição. É o primeiro Orçamento dos últimos anos que está inteiramente dentro da Constituição. Não tem nenhum corte contra a Constituição em nenhum rendimento, nem salários nem pensões. Isto é importante porque é de um páis que se leva a sério", referiu.

 

Para Catarina Martins "o maior problema deste OE é o peso da divida pública e os constrangimentos europeus".

 

A bloquista defendeu que "sem reestruturação da dívida e uma nova postura europeia não é possível ao país ter a capacidade para o investimento necessário seja na qualificação dos serviços públicos, seja em investimento estratégico que possa criar emprego de uma forma mais consistente".

 

E pediu: "Nunca deixem que alguém diga que o país vive acima das possibilidades", explicando que "no OE de 2017, depois de tudo pago, depois de paga toda a despesa das áreas do Estado (?), o Estado social o saneamento, os bombeiros, vão sobrar cinco mil milhões de euros".

 

"Já este ano vão sobrar três mil e 500 milhões de euros. Muito mais do que alguma vez sobrou nos Governos da Direita", disse, num discurso em que também reiterou o elogio a ministro das Finanças, Mário Centeno por dizer a "verdade incómoda" sobre os juros da dívida.

 

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