Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

BE acusa Governo de querer precarizar "a vida dos mais velhos"

A coordenadora do BE Catarina Martins acusou o Governo de querer "precarizar a vida dos mais velhos" e de "tentar esconder" que os pensionistas nunca mais vão saber qual pode ser a sua pensão.

30 de Março de 2014 às 17:49
  • ...

"As alterações que querem introduzir à lei significam que os pensionistas, a partir de hoje, nunca saberão qual pode ser a sua pensão. Não só os cortes serão permanentes como a qualquer momento poderão existir novos cortes", afirmou Catarina Martins este domingo em Gaia, onde participou na sessão pública "Desobedecer à Europa da Austeridade!".

 

Para a coordenadora do BE, isto corresponde à "completa precarização da vida dos mais velhos num país que já precarizou a vida dos mais novos com a precarização das condições de trabalho".

 

Catarina Martins referia-se à possibilidade avançada esta semana num briefing do Ministério das Finanças do Governo de transformar a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) num mecanismo permanente, ajustando o valor das pensões a critérios demográficos e económicos.

 

Apesar de o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ter dito que o Governo não tem, nesta fase, nenhuma discussão "em cima da mesa" sobre reduções adicionais de salários e pensões, Catarina Martins alerta que "a palavra do Governo vale zero".

 

"Não dizem o que querem fazer mas sabemos o que tentam esconder: querem tornar permanentes os cortes que sempre disseram que seriam transitórios. Mais do que isso, em relação aos pensionistas fazem um duplo corte: um corte nas pensões mas também um corte na expectativa e no direito ao mínimo de segurança que cada um pode ter", avisou.

 

Para a coordenadora do BE, esta precarização dos mais velhos é "o humilhar de um país, é limitar as possibilidades de futuro". "É contra isto que é preciso, a 25 de maio, [data das eleições europeias] juntar forças", afirmou.

 

Questionada sobre a petição para levar a reestruturação da dívida ao plenário da Assembleia da República, Catarina Martins destacou que "o Governo está completamente isolado nesta sua ideia peregrina de achar que é possível não reestruturar a dívida e de querer aplicar austeridade ao país durante mais dez, vinte ou trinta anos". "O país não aguenta mais", sustentou.

 

Reestruturar a dívida "é algo que o BE tem defendido desde sempre" e "é hoje amplamente consensual na sociedade portuguesa", observou. Para Catarina Martins, este "é o momento de mudar" e isso "exige um país que esteja de pé, com força, que renegoceie a sua dívida".

 

Quanto a eventuais resultados práticos da petição, a bloquista defendeu que "a democracia não se fecha num dia". "É pelas vozes que se juntam a pedir a mudança que se pode mudar a sociedade. Uma petição não muda a sociedade mas é uma força grande quando as vozes se juntam", justificou.

 

Catarina Martins destacou ainda a importância das eleições europeias para que "cada um possa exprimir qual o seu desejo de futuro".

 

A coordenadora do bloco considera que o voto vai servir para determinar se os portugueses querem "mais 20 ou 30 anos de austeridade" e "ficar de joelhos perante os credores internacionais" ou se acham que o país deve ter "a coragem e determinação" para "renegociar a dívida", para a reestruturar e "ter um futuro digno".

 

O movimento Manifesto 74, que reúne personalidades de todos os quadrantes da sociedade portuguesa, anunciou na sexta-feira que está a realizar uma petição para levar a reestruturação da dívida ao plenário da Assembleia da República e que já ultrapassou entretanto as quatro mil assinaturas necessárias para ser discutida no hemiciclo.

Ver comentários
Saber mais Catarina Martins BE Contribuição Extraordinária de Solidariedade Pedro Passos Coelho Governo
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio