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Assunção Cristas: "País deve muito a Paulo Núncio"

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, disse hoje que Paulo Núncio, ao assumir a sua "responsabilidade política" pela não publicação de dados relativos às transferências de dinheiro para 'offshore', revela "uma grande elevação de carácter".

Há vida para além de Portas: A saída de Paulo Portas abriu uma frente de batalha no CDS. Mas as trincheiras ficaram, desde cedo, definidas: de um lado posicionou-se o eurodeputado Nuno Melo, muito popular entre as bases; do outro, Assunção Cristas, que era a preferida fora do partido. Nuno Melo acabaria por recuar e Assunção Cristas teve caminho aberto para se tornar a primeira mulher líder do CDS. É candidata à Câmara de Lisboa.
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Negócios 26 de Fevereiro de 2017 às 14:13
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"Paulo Núncio mostrou uma grande elevação de carácter e o país deve muito ao doutor Paulo Núncio pelo trabalho de combate à fraude e à evasão fiscal", disse Assunção Cristas aos jornalistas, em Gouveia, na Guarda, durante uma visita à feira ExpoSerra, que decorre até ao dia de Carnaval, por iniciativa da Câmara Municipal local.

O antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, assumiu no sábado a sua "responsabilidade política" pela não publicação de dados relativos às transferências de dinheiro para 'offshore', pedindo o abandono das suas funções atuais no CDS-PP.


"Tendo em conta o tempo que decorreu entre os factos e o presente e tendo tido agora a oportunidade de revisitar os documentos que têm sido noticiados, nomeadamente os apresentados pelos serviços para publicação de informação estatística das transferências transfronteiriças, considero legítima a interpretação dos serviços que levou à não publicação das estatísticas no portal das Finanças. Assumo, por isso, a responsabilidade política pela não publicação das referidas estatísticas", sublinha Núncio, em texto enviado à agência Lusa.


Nas declarações aos jornalistas, hoje em Gouveia, Assunção Cristas disse ainda que, em relação aos montantes que não apareceram reportados pela Autoridade Tributária "é preciso esclarecer a fundo o que é que se passou".


"Há uma Inspeção Geral de Finanças a funcionar e, naturalmente, nós, no Parlamento procuraremos averiguar todos os factos. Coisa diferente é a questão da publicação das estatísticas e sobre essa matéria o doutor Paulo Núncio já se pronunciou e, certamente, no Parlamento poderá dar mais explicações, porque lá irá quarta-feira", disse.


A líder nacional do CDS-PP lembrou que o seu partido, "desde a primeira hora" entendeu "que tudo deveria ser visto e esclarecido".


"Esta atitude do doutor Paulo Núncio mostra com muita clareza que está disponível para todos os esclarecimentos e que tem uma grande elevação de caráter, coisa que infelizmente não se vê no nosso espaço político, em todos os quadrantes políticos", sublinhou.


Disse que o CDS regista a atitude que pareceu "muito oportuna" e "demonstrando uma grande elevação de caráter, o que vai em linha com o extraordinário trabalho" que Paulo Núncio fez.

Cristas reafirmou que, como já disse no Parlamento, "não há nenhum montante perdido e se ainda é possível recuperar algum eventual montante destas verbas (...), então isso deve-se também ao trabalho de passar de quatro para 12 anos o prazo para se poder recuperar algum montante que eventualmente seja devido".


"Estamos muito a tempo de fazer essa recuperação e certamente estamos a tempo de fazer a averiguação de tudo aquilo que se passou para esses montantes não serem conhecidos pela Autoridade Tributária. É preciso verificar o que se passou e, no CDS, estamos muito empenhados em esclarecer toda a verdade nesta matéria", rematou.

 

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