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Assis para Costa: "imagino quão bom primeiro-ministro serias sem a geringonça"

O eurodeputado e reconhecido crítico da actual solução governativa foi, talvez inesperadamente, um dos mais aplaudidos neste 22.º Congresso do PS. Assis criticou a geringonça enquanto solução, mas elogiou a capacidade de Costa para "anestesiar" os parceiros da esquerda.

Paulo Cunha/Lusa
26 de Maio de 2018 às 19:00
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Depois dos aplausos recolhidos quando homenageou António Arnaut e anunciou que apoia a proposta do PS sobre a morte medicamente assistida, Francisco Assis disse que apesar de ser contra a geringonça nunca foi inimigo do partido.

Assis reconheceu que algumas das reticências em relação a esta solução de Governo "não se verificaram", algo que atribui "à capacidade de liderança exibida pelo líder do PS e primeiro-ministro". Mais aplausos. Para Assis, muitos dos seus medos não se concretizaram porque Costa teve a capacidade de "anestesiar" os ímpetos dos aliados da esquerda parlamentar.


Já sobre o futuro, o ex-candidato a líder do partido reiterou os dois objectivos que o PS deve ter para 2019: voltar a ser o partido com maior representação no Parlamento e governar sozinho. Para governar sozinho, Assis defende uma negociação quer à esquerda quer à direita, tal como o partido fez "no passado".


Assis não se sente desiludido nem com a geringonça nem com António Costa, porque acha que a "solução é má" e que o "primeiro-ministro é bom". "Imagino quão bom primeiro-ministro poderás ser sem esta coligação", atirou dirigindo-se a Costa.


Ao contrário de alguns congressistas que hoje defenderam que o PS deve pedir expressamente uma maioria absoluta, Assis rejeita fazê-lo, até porque tem plena consciência da dificuldade de o conseguir devido ao sistema eleitoral luso.


O tempo da intervenção ia longo e o presidente Carlos César insistia para que Assis terminasse. Foi então que Assis pediu  complacência já que no congresso de há quatro anos não ter conseguido usado da palavra. Em 2014, Assis abandonou chateado o congresso por ver sucessivamente adiada para altas horas da noite a sua intervenção. Era então crítico da liderança de Costa e havia apoiado António José Seguro na disputa com o actual líder socialista.

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