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Apoio ao "Brexit" ganha força no Reino Unido

A sondagem feita dias depois das propostas do Conselho Europeu para manter Londres na União aumenta a distância dos que defendem a saída. Os inquiridos consideram que David Cameron cedeu ao resto da Europa.

David Cameron, primeiro-ministro britânico
Reuters
05 de Fevereiro de 2016 às 08:49
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Na semana em que David Cameron assegurou junto do Conselho Europeu parte das exigências que fez para defender em referendo a permanência do Reino Unido na União Europeia, os estudos de opinião mostram que os britânicos defendem, na sua maioria, a saída do espaço comunitário.

Uma sondagem divulgada ao final desta quinta-feira pelo Times/YouGov aponta para que 56% dos britânicos sejam favoráveis a um "Brexit", contra 44% que defendem a manutenção do país no espaço dos 28, estando excluída a percentagem dos que não quiseram ou não souberam responder.

Mas mesmo incluídos estes casos (19% dos respondentes), a distância entre ficar e partir é de nove pontos percentuais, aumentando face aos quatro pontos da última sondagem: dos 1675 inquiridos, 45% mostraram-se favoráveis à saída, 36% à permanência.

A YouGov, que divulga a sondagem, considera que os ecos na imprensa britânica do resultado final das negociações com a Europa – que foi interpretado internamente como uma cedência de Cameron – pesaram no tom mais adverso das respostas.

Contudo, há propostas que os inquiridos aprovam, como a redução da burocracia comunitária, as regras que isolam o Reino Unido das exigências da zona euro, a redução das prestações sociais para filhos de imigrantes que fiquem a viver no país de origem e a possível obrigatoriedade dos imigrantes trabalhadores descontarem até quatro anos antes de começarem a receber benefícios sociais.


O inquérito foi realizado a 3 e 4 de Fevereiro, nos dias seguintes à formulação da proposta do Conselho Europeu, que tenta assegurar alterações específicas - em matérias de emprego e benefícios sociais de imigrantes, travão a decisões legislativas comunitárias, soberania monetária e financeira e níveis de integração política - que vão ao encontro das exigências do governo britânico para permanecer na União Europeia.

Estas propostas terão agora de ser apreciadas e debatidas, sendo objectivo das autoridades comunitárias aprová-las no Conselho Europeu de 18 e 19 de Fevereiro. O Reino Unido deverá entretanto marcar o referendo à permanência da União para antes do verão.

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