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António Costa: "Os portugueses não querem dissolução nenhuma"

António Costa, na qualidade de secretário-geral do PS, lembra que, nas últimas eleições, os cidadãos disseram que "queriam estabilidade para quatro anos". Em entrevista à RTP, acusa ainda o PSD de não se distanciar do Chega.

Miguel A. Lopes / Lusa
23 de Abril de 2023 às 21:08
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Numa entrevista onde reiterou muito do que foi afirmando este domingo, por ocasião dos 50 anos do PS, António Costa, questionado sobre a possibilidade de uma dissolução do Parlamento, considera que os portugueses "não estão nem aí" para novas eleições.

"Não, eu acho que os portugueses não estão nem aí. Os portugueses manifestamente não querem dissolução nenhuma. Os portugueses não querem que os políticos criem problemas. O que os portugueses querem é que os políticos resolvam problemas", afirma.

"Não vamos estar aqui a criar crises artificiais. Eu percebo que há aqui uma direita que não consegue suportar a ideia de que este mandato parlamentar se cumpra e que não são capazes de respeitar a vontade dos portugueses. E cria-se aqui um clima artificial para procurar colocar na agenda um tema que está fora da agenda da vida dos portugueses. A minha agenda, a agenda do Governo, a agenda do PS é a agenda da vida dos portugueses", sublinha.

Além disso, sublinha o líder do PS, nas últimas eleições, os portugueses disseram que "queriam estabilidade para quatro anos". "Temos de nos habituar a respeitar a vontade dos cidadãos", acrescenta.

Sobre as acusações de eleitoralismo e do recuo sobre as pensões, Costa rejeita: "As oposições criticam o Governo quando o Governo faz e quando não faz. Quando fomos prudentes, fomos criticados por ser prudentes. Agora somos eleitoralistas". "É a oposição que temos. Exerce mal o seu papel, mas é a oposição que temos", conclui.
 
O tema TAP e o caso do parecer jurídico sobre a demissão dos presidentes da TAP levaram Costa a contornar o tema e a invocar motivos institucionais. Diz o líder socialista que o necessário é apurar toda a verdade "doa a quem doer" e que o "Governo tem de respeitar as instituições e manter uma postura institucional".

"Um primeiro-minsitro deve manter uma postura institucional e, estou aqui como secretário-geral do PS, não vou sair deste entendimento. O Governo deve respeitar o funcionamento da comissão de inquérito, não deve estar a comentar depoimentos, nem documentos que são entregues ou não são entregues", reiterou.

Postura que, acusa Costa, o líder do PSD não tem mantido pois tem comentado os desenvolvimentos da comissão parlamentar de inquérito que ainda está em curso. Para Costa, Montenegro usa a comissão parlamentar como "arma de arremesso político", o que não devia ser feito por "alguém que pretende ser primeiro-ministro".

Mas a maior farpa chegou depois. O secretário-geral do PS mostra-se preocupado com o crescimento do populismo em Portugal, que é um "vírus que se vai transmitindo" e é preciso "usar as máscaras e vacinarmo-nos", e diz mesmo que o PSD não se tem distanciado do Chega.

Para Costa, Montenegro "não disse o que não diz: que não haverá nenhum acordo com o Chega" e o que deveria ter dito era "com o Chega nada, nada, nada", mas "não disse, e era isso que deveria ter dito".

"O grande problema", segundo o secretário-geral do PS, "não é a dimensão do Chega em si, que já é significativa, mas é o que o Chega condiciona e determina a ação política da direita democrática". No seu entender, "hoje o PSD tem muitas vezes um comportamento, uma atitude, um vocabulário que não corresponde àquilo que é um partido institucional".
 
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