Notícia
António Costa: "Angola vai ser um dos grandes motores do desenvolvimento de África"
O primeiro-ministro assinala em entrevista ao DN o regresso à normalidade das relações entre Portugal e Angola, que devem agora ser mais próximas. António Costa quer encontros anuais. O primeiro começa já amanhã, com a visita oficial.
Ultrapassado o "único irritante" nas relações entre Angola e Portugal -- a "questão judicial" --, António Costa defende em entrevista ao Diário de Notícias que os dois países tenham agora uma relação mais intensa.
"O que é estranho é nos últimos sete anos nenhum primeiro-ministro português ter ido a Angola e, nos últimos oito anos, nenhum presidente de Angola ter vindo a Portugal. Eu diria que a nossa relação devia ser praticamente anual", defende o primeiro-ministro.
A intensidade da nossa relação, do ponto de vista político, do ponto de vista económico, do ponto de vista de que cada um dos nossos países pode ajudar para esse grande desafio que temos neste século, que é a relação entre África e a Europa, exigia que, enfim... não nos encontrássemos todos os meses, mas pelo menos todos os anos", acrescenta.
Angola, uma potência africana de importância estratégica
António Costa sublinhou a importância estratégica de Angola na região e na relação entre a Europa e África.
"Angola vai ser uma das grandes potências económicas em África durante este século, o que é muito importante para o nosso país. Mais, é muito importante a influência política crescente de Angola, não só no continente como no mundo, porque isso reforça toda a presença política do espaço da CPLP no quadro global", assinalou o primeiro-ministro.
"Se algo é decisivo para as próximas décadas, é a relação entre estes dois continentes vizinhos, África e Europa. E nesta relação, Angola tem um papel fundamental porque vai ser um dos grandes motores do desenvolvimento do continente africano", defendeu o chefe do Governo português.
António Costa mostrou ainda confiança na capacidade do Presidente angolano para empreender este caminho: "Todos temos uma enorme expectativa de que, com o presidente João Lourenço, Angola afirme esse papel de liderança. Não só na África Austral mas no conjunto do continente africano".
O primeiro-ministro falou da assinatura do acordo para evitar a dupla tributação, noticiado pelo Negócios, "que é essencial para facilitar os investimentos angolanos em Portugal e dos portugueses em Angola". Vai ainda ser assinado um acordo estratégico, alargamento das linhas de crédito e avanços relativamente ao pagamento de dívidas.
O primeiro-ministro disse ainda esperar que em 2020 a questão da autorização de residência possa estar resolvida, de forma a facilitar as viagens sem necessidade de visto.