Notícia
Ângelo Correia acusa Marcelo de "extravasar funções constitucionais" e atuar "como comentador"
Marcelo Rebelo de Sousa "foi para além daquilo que são as suas missões constitucionais, omitindo o que devia fazer, e entrando no campo onde não devia estar", acusa Ângelo Correia.
03 de Junho de 2019 às 17:57
O antigo ministro do PSD Ângelo Correia acusou o Presidente da República de ter "extravasado funções constitucionais" ao falar em crise na direita, defendendo que a sua missão é encontrar, junto dos partidos, "modos de fortalecimento da democracia".
"Se o senhor Presidente da República entende que há uma crise na direita, a sua missão é tentar, junto dos partidos, encontrar processos e modos de fortalecimento da democracia. O senhor Presidente da República escolheu um método ao contrário, que é dizê-lo ao país, num jeito de um comentador político e não de um supremo magistrado da nação", afirmou Ângelo Correia, em declarações à agência Lusa.
Questionado sobre a análise feita, na sexta-feira, pelo Presidente da República de que "há uma forte possibilidade de haver uma crise na direita portuguesa nos próximos anos", o atual coordenador do Conselho Estratégico Nacional do PSD (um órgão criado pela direção de Rui Rio) considerou que Marcelo Rebelo de Sousa "foi para além daquilo que são as suas missões constitucionais, omitindo o que devia fazer, e entrando no campo onde não devia estar".
"O Presidente da República não é um comentador televisivo, é um integrador para assegurar o regular funcionamento das instituições e isso não fez. Falhou, errou", apontou.
Por outro lado, Ângelo Correia realçou que o chefe de Estado se assumiu como "contraponto ao poder do Executivo e da maioria parlamentar que o apoia".
"O senhor Presidente da República não é apenas um contraponto, ele é uma parte de um todo que integra todo um sistema e no qual ele se não pode substituir a partidos políticos. Dita da maneira como ele o disse, não me parece muito clara, nem produtiva", defendeu.
Escusando-se a fazer comentários sobre a situação do PSD, Ângelo Correia reiterou que a missão constitucional do chefe de Estado é "ajudar a garantir o regular funcionamento das instituições", considerando que tal depende em grande parte "do funcionamento e da qualidade dos próprios partidos políticos".
"Se há uma crise na direita, trata com os partidos, tenta encontrar formas de apoio e de regeneração. Se apenas diagnostica isso publicamente, ele não atua como Presidente da República, atua como um normal comentador. Isso é um extravasar das suas funções constitucionais", salientou.
Na sexta-feira, numa intervenção na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), em Lisboa, o Presidente da República considerou que "há uma forte possibilidade de haver uma crise na direita portuguesa nos próximos anos" e defendeu que, num contexto destes, o seu papel "é importante para equilibrar os poderes".
Marcelo Rebelo de Sousa comentava os resultados das eleições europeias de 26 de maio, declarando que Portugal tem agora "uma esquerda muito mais forte do que a direita" e que "o que aconteceu à direita é muito preocupante".
No sábado, o líder do PSD, Rui Rio, já tinha discordado da análise do Presidente da República sobre a possibilidade de uma crise na direita portuguesa, considerando-a uma visão "otimista" e "superficial", já que a crise é "transversal" ao regime.
"A crise não está só à direita, a crise está no regime com um todo. Neste momento está à esquerda no poder e, portanto, disfarça à esquerda. Mas, o problema é transversal, nós temos uma crise efetiva de regime, com um descrédito muito grande de todo o sistema partidário, não é à direita nem à esquerda", declarou.
"Se o senhor Presidente da República entende que há uma crise na direita, a sua missão é tentar, junto dos partidos, encontrar processos e modos de fortalecimento da democracia. O senhor Presidente da República escolheu um método ao contrário, que é dizê-lo ao país, num jeito de um comentador político e não de um supremo magistrado da nação", afirmou Ângelo Correia, em declarações à agência Lusa.
"O Presidente da República não é um comentador televisivo, é um integrador para assegurar o regular funcionamento das instituições e isso não fez. Falhou, errou", apontou.
Por outro lado, Ângelo Correia realçou que o chefe de Estado se assumiu como "contraponto ao poder do Executivo e da maioria parlamentar que o apoia".
"O senhor Presidente da República não é apenas um contraponto, ele é uma parte de um todo que integra todo um sistema e no qual ele se não pode substituir a partidos políticos. Dita da maneira como ele o disse, não me parece muito clara, nem produtiva", defendeu.
Escusando-se a fazer comentários sobre a situação do PSD, Ângelo Correia reiterou que a missão constitucional do chefe de Estado é "ajudar a garantir o regular funcionamento das instituições", considerando que tal depende em grande parte "do funcionamento e da qualidade dos próprios partidos políticos".
"Se há uma crise na direita, trata com os partidos, tenta encontrar formas de apoio e de regeneração. Se apenas diagnostica isso publicamente, ele não atua como Presidente da República, atua como um normal comentador. Isso é um extravasar das suas funções constitucionais", salientou.
Na sexta-feira, numa intervenção na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), em Lisboa, o Presidente da República considerou que "há uma forte possibilidade de haver uma crise na direita portuguesa nos próximos anos" e defendeu que, num contexto destes, o seu papel "é importante para equilibrar os poderes".
Marcelo Rebelo de Sousa comentava os resultados das eleições europeias de 26 de maio, declarando que Portugal tem agora "uma esquerda muito mais forte do que a direita" e que "o que aconteceu à direita é muito preocupante".
No sábado, o líder do PSD, Rui Rio, já tinha discordado da análise do Presidente da República sobre a possibilidade de uma crise na direita portuguesa, considerando-a uma visão "otimista" e "superficial", já que a crise é "transversal" ao regime.
"A crise não está só à direita, a crise está no regime com um todo. Neste momento está à esquerda no poder e, portanto, disfarça à esquerda. Mas, o problema é transversal, nós temos uma crise efetiva de regime, com um descrédito muito grande de todo o sistema partidário, não é à direita nem à esquerda", declarou.