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Moção crítica da direção do BE contra redução de delegados à convenção devido à pandemia

Na apresentação do documento foram deixadas críticas à atual direção, cuja liderança também já apresentou os tópicos para a moção que vai levar à próxima reunião magna dos bloquistas, agendada para 22 e 23 de maio.

05 de Março de 2021 às 19:14
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Os subscritores da moção E, crítica da direção do BE, manifestaram-se hoje "frontalmente contra" a redução para metade dos delegados à convenção proposta pela Comissão Política por causa da pandemia, considerando ser um "tiro na democracia bloquista".

Em conferência de imprensa em formato virtual, subscritores desta moção explicaram os motivos que os levam a opor-se a esta proposta de alteração ao regulamento, que será debatida e votada na Mesa Nacional do BE de sábado, que tem na agenda, entre outros pontos, a preparação da XII Convenção Nacional, agendada para 22 e 23 de maio.

Segundo Bruno Candeias, "a Comissão Política propõe reduzir para metade o número de delegados" à reunião magna bloquista devido à pandemia, um argumento que estes críticos da direção não aceitam.

Na perspetiva do bloquista, para resolver os problemas inerentes ao contexto pandémico a solução passa por assegurar todas as regras de proteção sanitária, com o distanciamento devido, ou optar por um espaço maior do que aquele que está neste momento previsto.

Bruno Candeias deu o exemplo do congresso do PCP realizado em contexto de pandemia, referindo ainda que o pavilhão de Matosinhos, onde deverá acontecer este encontro, tem capacidade para quase quatro mil pessoas, o que possibilitaria o "distanciamento de cerca de 600 delegados facilmente assegurado".

"Este é um tiro na democracia bloquista, um golpe contra as bases do partido", criticou, considerando que com esta redução para metade do número de delegados é limitada a construção de alternativas.

Na perspetiva do bloquista, "não se podem alterar as regras durante o jogo", uma vez que as moções à convenção já estão entregues, defendendo que "o Bloco precisa de uma convenção forte para um debate forte".

Entretanto, à agência Lusa, fonte da moção A, da atual liderança de Catarina Martins, referiu que "a redução do número de delegados presentes permite adaptar a Convenção ao contexto de pandemia".

"É uma alteração que não cria qualquer distorção na representação, uma vez que reduz proporcionalmente os delegados em função dos votos que cada moção venha a ter, salvaguardando o princípio do voto secreto, que o Bloco adotou desde a sua fundação", assegura a mesma fonte da moção da atual liderança bloquista.

Segundo os críticos, "a redução do número de delegados para cerca de 300 levaria a que algumas regiões se transformassem numa espécie de círculos uninominais e que algumas moções e plataformas locais quase desaparecessem".

"A moção E é candidata a esta convenção e não estamos representados na Mesa Nacional. Temos uma moção subscrita por mais de 500 aderentes e assumimo-nos frontalmente contra qualquer alteração ao regulamento da convenção", reiterou.

Os críticos mostram-se, por isso, disponíveis para discutir soluções que passem pela escolha de um espaço mais amplo ou até um novo modelo com recurso a instrumentos virtuais, considerando que, apesar da pandemia, "a democracia não pode estar suspensa".

O texto desta moção promovida pelo movimento Convergência, apresentada em 25 de fevereiro, crítica a atual à direção de Catarina Martins pelo "excessivo parlamentarismo" e "desvalorização" do trabalho local e autárquico, defendendo a necessidade de reforçar o papel de oposição do partido.

A moção à XII Convenção Nacional do BE intitulada "Enfrentar o Empobrecimento -- Polarizar à Esquerda" tem entre os mais de 500 subscritores nomes como Mário Tomé ou os antigos deputados Pedro Soares e Carlos Matias.

Na apresentação do documento foram deixadas críticas à atual direção, cuja liderança também já apresentou os tópicos para a moção que vai levar à próxima reunião magna dos bloquistas, agendada para 22 e 23 de maio.
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