Notícia
2013: Paulo Portas e a revogável força das palavras
Um dia depois de Vítor Gaspar ter saído com apelo à coesão na coligação, Paulo Portas demitiu-se irrevogavelmente. Voltou, reforçado.
A pesar de fazer parte da história recente, a história já foi contada várias vezes. No Verão de 2013, desagradado com a insistência de Passos Coelho em indicar Maria Luis Albuquerque para a pasta das Finanças, Paulo Portas bateu com a porta. Começou por fazê-lo de forma irrevogável, num gesto que parecia ser o fim da coligação de direita, para rapidamente revogar a sua decisão. No fim, saiu reforçado.
Corria o primeiro dia de Julho quando Vítor Gaspar formalizou uma decisão esperada há pelo menos oito meses pelo primeiro-ministro e pelo presidente da República. Desgastado por dois anos de negociações com a troika, de revezes sucessivos por parte do Tribunal Constitucional e relações tensas com o CDS, Gaspar anunciava a sua saída, deixando atrás de si uma carta onde lembrava a importância da "coesão do Governo" para fazer face aos "riscos e desafios" que ainda estavam pela frente.
Passos Coelho reagiu a este revés antecipado indicando Maria Luís para o cargo, um nome que sabia não agradar ao líder do CDS, mas estando longe de antecipar a atitude radical que se lhe seguiria: uma demissão "irrevogável".
O que se seguiu foram semanas de grande instabilidade política e financeira. É que, embora Paulo Portas depressa tivesse revogado a sua decisão de abandonar o Governo - a 6 de Julho os dois partidos já se tinham entendido - Cavaco Silva deixá-los-ia em suspenso. Quando falou, a 10 de Julho, fê-lo para exigir um acordo de "salvação nacional" que incluísse o PS, prometendo, em troca, marcar eleições antecipadas para Julho de 2014. A bola passou para o lado de António José Seguro, a quem as sondagens, por aquela altura, apontavam como vencedor de eleições, com uma maioria relativa.
Com Seguro a retrair-se, não restou a Cavaco senão aceitar a solução inicialmente cozinhada pelos parceiros de coligação. Portas subiu a vice, com a responsabilidade pela coordenação económica, o CDS/PP ganhou mais um ministro. Maria Luís ficou mas o independente Álvaro Santos Pereira não escapou ao sacrifício.
Corria o primeiro dia de Julho quando Vítor Gaspar formalizou uma decisão esperada há pelo menos oito meses pelo primeiro-ministro e pelo presidente da República. Desgastado por dois anos de negociações com a troika, de revezes sucessivos por parte do Tribunal Constitucional e relações tensas com o CDS, Gaspar anunciava a sua saída, deixando atrás de si uma carta onde lembrava a importância da "coesão do Governo" para fazer face aos "riscos e desafios" que ainda estavam pela frente.
O que se seguiu foram semanas de grande instabilidade política e financeira. É que, embora Paulo Portas depressa tivesse revogado a sua decisão de abandonar o Governo - a 6 de Julho os dois partidos já se tinham entendido - Cavaco Silva deixá-los-ia em suspenso. Quando falou, a 10 de Julho, fê-lo para exigir um acordo de "salvação nacional" que incluísse o PS, prometendo, em troca, marcar eleições antecipadas para Julho de 2014. A bola passou para o lado de António José Seguro, a quem as sondagens, por aquela altura, apontavam como vencedor de eleições, com uma maioria relativa.
Com Seguro a retrair-se, não restou a Cavaco senão aceitar a solução inicialmente cozinhada pelos parceiros de coligação. Portas subiu a vice, com a responsabilidade pela coordenação económica, o CDS/PP ganhou mais um ministro. Maria Luís ficou mas o independente Álvaro Santos Pereira não escapou ao sacrifício.