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Costa não esclarece contactos entre Galamba e Mendonça Mendes. “São pormenores para animar uma novela”

Ao lado do secretário de Estado Adjunto, António Mendonça Mendes, o primeiro-ministro optou por não comentar o contacto entre o ministro das Infraestruturas e o seu secretário de Estado na noite dos desacatos. “São pormenores para animar uma novela”, diz.

Tiago Petinga / Lusa
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A oposição insiste em questionar o primeiro-ministro sobre a sequência de contactos entre o ministro das Infraestruturas e os diversos membros do Governo na noite em que o SIS acabou por recuperar o computador que João Galamba tem dito que foi roubado pelo adjunto.

Num debate muito marcado sobre os episódios que têm sido revelados na comissão parlamentar de inquérito à TAP, o primeiro-ministro evitou por exemplo confirmar ou esclarecer se o seu secretário de Estado Adjunto, Mendonça Mendes, foi mesmo quem contactou João Galamba e sugeriu o contacto com o SIS. "O que parece, face ao nervosismo da bancada do PS, é que a história não foi contada com rigor e é isso que queremos esclarecer", disse Rui Rocha, da Iniciativa Liberal (IL).

"Nesta discussão toda há três coisas, fundamentalmente, que são relevantes. Primeiro, quando desaparece um documento classificado, devem ou não ser as autoridades alertadas de imediato? Sim. Em segundo lugar: as autoridades, perante o alerta, devem agir? Sim. Terceiro lugar: alguém deu instruções, orientações, ordens para o SIS atuar? Não. Estas são as únicas três coisas relevantes, senhor deputado. Tudo o resto são pormenores para alimentar uma novela", respondeu o primeiro-ministro.

António Costa, que já tinha defendido que não tem de dar esclarecimentos sobre todos os contactos que faz quando não é sobre isso questionado, e que num segundo momento afirmou que afinal não informou o Presidente da República, acusou a oposição de estar a fazer um "ataque ofensivo dos profissionais dos serviços de informações (SIS)".

Mais tarde, André Ventura, do Chega, desafiou o primeiro-ministro a dar a palavra ao secretário de Estado adjunto, mas não houve resposta. "O Governo deu orientações? Não. O resto é folclore", reiterou o primeiro-ministro.

"Cumpram a vossa missão de fiscalizar o Governo. Cumpra até a sua função, se quiser, de atacar o Governo. Agora não insulte a dignidade dos profissionais dos serviços nem dos dirigentes dos serviços porque não só ninguém no Governo deu qualquer ordem, e de uma coisa pode estar certo: se descemos alguma ordem ilegal eu tenho a certeza que nem a secretária-geral dos Serviços de Informações, nem o diretor do SIS, nem um funcionário do SIS cumpriria uma ordem que fosse ilegal".


O ex-adjunto de João Galamba afirmou na comissão parlamentar de inquérito que não só foi contactado pelo SIS pelas 23 horas como "ameaçado" pelas secretas. Frederico Pinheiro tem dito que o SIS o convidou a resolver a questão a "bem" por um elemento que referiu que estava a ser muito pressionado "de cima". 

O Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) rejeitou as acusações de Frederico Pinheiro. Sobre as declarações do antigo adjunto de João Galamba, António Costa disse apenas que o "visado" referiu que "a entrega do computador for feita voluntariamente".

Notícia atualizada às 18:58 com mais informação

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