Notícia
Schnabel alerta contra expectativas de grandes estímulos do BCE
Pouco mais de uma semana antes da decisão de política monetária do BCE, Schnabel confirmou que é provável que haja mais ajuda, porque a pandemia será mais prolongada do que o esperado.
01 de Dezembro de 2020 às 11:26
Isabel Schnabel, da comissão executiva do Banco Central Europeu, afirmou que a instituição deve focar-se em manter as condições financeiras nos níveis atuais durante a crise, em vez de anunciar um enorme pacote que supere as expectativas do mercado.
Pouco mais de uma semana antes da decisão de política monetária do BCE, Schnabel confirmou que é provável que haja mais ajuda, porque a pandemia será mais prolongada do que o esperado. "Isso deve refletir-se nas nossas decisões de políticas", disse em entrevista, na segunda-feira.
Mas Schnabel também destacou que os juros caíram para níveis recorde por causa do auxílio monetário e orçamental, e o mais importante é sustentar essas condições até que a crise passe.
"É apropriado focar na preservação dessas condições em vez de abrandar muito mais", defendeu. "Se for necessário fazer algo que não atenda às expectativas do mercado, temos de fazer na mesmo."
Os economistas preveem que o BCE vai expandir o seu programa de compra de títulos da pandemia de 1,35 biliões de euros em cerca de 500 mil milhões de euros, estendê-lo por pelo menos seis meses, até ao final de 2021, e oferecer mais empréstimos de longo prazo aos bancos. O Société Générale e o Commerzbank projetam compras extras de 600 mil milhões de euros. A Bloomberg Economics prevê 450 mil milhões de euros.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, e autoridades da instituição avançaram que essas ferramentas serão chave para a decisão de 10 de dezembro, sendo que um corte da taxa de depósitos, atualmente em -0,5%, é menos provável.
Os comentários de Schnabel sugerem que este membro provavelmente irá defender permanecer dentro de tais expectativas quanto ao tamanho, mas estender ainda mais a duração. Questionada se apoiaria uma extensão de 12 meses das compras de títulos, até meados de 2022, a mesma respondeu que essa é uma das opções que serão consideradas.
Schnabel também sinalizou abertura para estender a janela - atualmente de junho de 2020 a junho de 2021 - durante a qual os bancos podem aceder a uma taxa de juro "extremamente favorável" de -1% para empréstimos de longo prazo. Apesar de não descartar o corte dessa taxa, mostrou cautela.
"Não há razão técnica para que não possa ser reduzida", disse. "A questão é se isso é considerado apropriado."
Schnabel, de 49 anos, é ex-economista da Universidade de Bonn e entrou no BCE este ano, após a renúncia de Sabine Lautenschlaeger. A postura de Schnabel é vista como menos inclinada ao aperto monetário que a dos seus predecessores alemães.
Como faz parte do conselho de seis membros do BCE, Schnabel ajudará a elaborar a proposta de política monetária da próxima semana. Alguns de seus colegas no Conselho do BCE podem pressionar no sentido de um programa maior de compra de títulos. Na segunda-feira, o Fundo Monetário Internacional disse que o banco central deveria considerar todas as opções, incluindo o corte das taxas de juros novamente.
Embora Schnabel não tenha experiência anterior em bancos centrais, foi conselheira da chanceler alemã Angela Merkel e tem um longo histórico de pesquisas sobre como os sistemas financeiros lidam com grandes choques.
O avanço das vacinas tem sido mais rápido do que o esperado e aumentado o otimismo, mas Schnabel avisa que os bancos centrais e governos terão de lidar com as cicatrizes económicas por algum tempo.
Pouco mais de uma semana antes da decisão de política monetária do BCE, Schnabel confirmou que é provável que haja mais ajuda, porque a pandemia será mais prolongada do que o esperado. "Isso deve refletir-se nas nossas decisões de políticas", disse em entrevista, na segunda-feira.
"É apropriado focar na preservação dessas condições em vez de abrandar muito mais", defendeu. "Se for necessário fazer algo que não atenda às expectativas do mercado, temos de fazer na mesmo."
Os economistas preveem que o BCE vai expandir o seu programa de compra de títulos da pandemia de 1,35 biliões de euros em cerca de 500 mil milhões de euros, estendê-lo por pelo menos seis meses, até ao final de 2021, e oferecer mais empréstimos de longo prazo aos bancos. O Société Générale e o Commerzbank projetam compras extras de 600 mil milhões de euros. A Bloomberg Economics prevê 450 mil milhões de euros.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, e autoridades da instituição avançaram que essas ferramentas serão chave para a decisão de 10 de dezembro, sendo que um corte da taxa de depósitos, atualmente em -0,5%, é menos provável.
Os comentários de Schnabel sugerem que este membro provavelmente irá defender permanecer dentro de tais expectativas quanto ao tamanho, mas estender ainda mais a duração. Questionada se apoiaria uma extensão de 12 meses das compras de títulos, até meados de 2022, a mesma respondeu que essa é uma das opções que serão consideradas.
Schnabel também sinalizou abertura para estender a janela - atualmente de junho de 2020 a junho de 2021 - durante a qual os bancos podem aceder a uma taxa de juro "extremamente favorável" de -1% para empréstimos de longo prazo. Apesar de não descartar o corte dessa taxa, mostrou cautela.
"Não há razão técnica para que não possa ser reduzida", disse. "A questão é se isso é considerado apropriado."
Schnabel, de 49 anos, é ex-economista da Universidade de Bonn e entrou no BCE este ano, após a renúncia de Sabine Lautenschlaeger. A postura de Schnabel é vista como menos inclinada ao aperto monetário que a dos seus predecessores alemães.
Como faz parte do conselho de seis membros do BCE, Schnabel ajudará a elaborar a proposta de política monetária da próxima semana. Alguns de seus colegas no Conselho do BCE podem pressionar no sentido de um programa maior de compra de títulos. Na segunda-feira, o Fundo Monetário Internacional disse que o banco central deveria considerar todas as opções, incluindo o corte das taxas de juros novamente.
Embora Schnabel não tenha experiência anterior em bancos centrais, foi conselheira da chanceler alemã Angela Merkel e tem um longo histórico de pesquisas sobre como os sistemas financeiros lidam com grandes choques.
O avanço das vacinas tem sido mais rápido do que o esperado e aumentado o otimismo, mas Schnabel avisa que os bancos centrais e governos terão de lidar com as cicatrizes económicas por algum tempo.