Notícia
Rússia corta taxa de juro para evitar recessão
O banco central da Rússia cortou a principal taxa de juro para 15%, corrigindo os recentes aumentos na taxa, para controlar a ameaça de recessão.
O banco central da Rússia cortou, esta sexta-feira, a taxa de depósitos a uma semana em dois pontos percentuais, de 17% para 15%, noticia a Bloomberg. O banco procura assim estimular a economia e combater a possibilidade de recessão, que se sobrepõe agora à preocupação com a inflação e com a desvalorização do rublo.
A medida surpreendeu os analistas ouvidos pela Bloomberg, que não previam alterações nas taxas, mas corresponde aos pedidos de empresários e governantes russos. O aumento da taxa de 10,5% para 18% em Dezembro, o maior desde 1998, foi muito criticado. No ano passado, o banco central subiu seis vezes a taxa para controlar a inflação, suscitada pelas sanções aplicadas pela União Europeia e EUA e respectivas respostas da Rússia. A taxa não descia desde Dezembro de 2011.
O banco afirma que o aumento de emergência efectuado na taxa de depósito em Dezembro controlou a inflação, tal como previa, e deve agora combater a possibilidade de recessão. "A pressão para inflação será contida pelo decréscimo na actividade económica", afirmou o banco em comunicado citado pela Bloomberg. "As previsões indicam uma diminuição da inflação à medida que há um ajuste gradual da economia às alterações externas e o impacto das flutuações da taxa de câmbio nos preços" diminui, afirmou o banco central no comunicado.
A preocupação com a possibilidade de recessão sobrepôs-se agora à tentativa de estabilizar o rublo, que acentuou de imediato a queda face ao dólar. A moeda russa caiu 2,6% para 70,5575 dólares.
A economia russa está a ser gravemente afectada pelas sanções económicas aplicadas pela União Europeia e EUA devido ao conflito com a Ucrânia e pela queda do preço do petróleo. Os analistas ouvidos pela Bloomberg prevêem uma diminuição de 4% do produto interno bruto da Rússia em 2015 e crescimento de 0,5% em 2016. Na segunda-feira, dia 26 de Janeiro, a agência de notação financeira Standard & Poor’s cortou o "rating" da Rússia para o nível BB+, considerado "lixo".