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Rehn pede ao BCE um pacote de estímulos "significativo e impactante" em setembro

Olli Rehn quer um BCE ousado na reunião de setembro. O governador do Banco da Finlândia pede a Draghi um pacote de estímulos "significativo e impactante".

Thierry Roge/Reuters
15 de Agosto de 2019 às 16:00
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A próxima reunião do Banco Central Europeu (BCE) a 12 de setembro será decisiva para perceber como é que os banqueiros centrais da Zona Euro, ainda liderados por Mario Draghi, querem reagir à mais recente onda de travagem económica

Para Olli Rehn, ex-comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos e atual governador do Banco da Finlândia, a solução é clara: o BCE devia anunciar um pacote de estímulos "significativo e impactante" que apanhe de surpresa os investidores.

As palavras de Rehn numa entrevista ao The Wall Street Journal publicada esta quinta-feira, 15 de agosto, bastaram para provocar uma queda mais expressiva dos juros das obrigações soberanas na Zona Euro. No caso da dívida portuguesa, os juros a dez anos atingiram um novo mínimo histórico no mercado secundário: a "yield" está a cair cinco pontos base para os 0,118%. 

O governador do banco central finlandês considera que o BCE deveria tentar surpreender as expectativas do mercado em vez de deixar espaço a desilusões, anunciando medidas de estímulo económicos mais ousadas do que o esperado. 

As declarações de Olli Rehn surgem numa altura em que existe uma crescente preocupação com a desaceleração mundial e o risco de recessão. A economia alemã contraiu 0,1% no segundo trimestre face ao primeiro trimestre e tanto nos EUA como no Reino Unido os juros das obrigações soberanas de longo prazo estão a negociar abaixo dos juros de curto prazo, o que tipicamente só se vê em momentos de recessão. 

Nesta altura, já existe a expectativa que o BCE vá anunciar novas medidas de estímulo à economia do euro na próxima reunião daqui a um mês. Além de um possível corte dos juros, o banco central poderá retomar o programa de compra de ativos, principalmente de dívida pública dos Estados-membros, o qual tinha terminado no final de 2018.

Segundo a Bloomberg, a maior parte dos economistas prevê um corte dos juros aplicados aos depósitos, atualmente nos -0,4%. Essa descida dos juros deverá ser acompanhada por um sistema de mitigação aos bancos, cuja rentabilidade é afetada pelas decisões do banco central. Apesar disso, há quem questione o poder das munições disponíveis dado que os juros já estão em terreno negativo e em níveis historicamente baixos.

Também em reação à entrevista de Rehn, o euro perdeu 0,3% para os 1,1108 dólares, atingindo o valor mais baixo da negociação desta quinta-feira, 15 de agosto.
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