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Powell alerta que a "história adverte fortemente contra alívio prematuro" no ciclo de juros
O presidente do banco central dos EUA considera que é necessário manter a política monetária restritiva por algum tempo para que a inflação regresse à meta de 2%, mesmo que famílias e empresas sofram "alguma dor".
O líder do banco central dos EUA afirmou que "a história adverte fortemente contra o alívio prematuro da política monetária acomodatícia", numa referência aos ciclos de subidas das taxas de juro diretoras.
Powell recordou que as projeções económicas individuais dos membros do comité de política monetária apontavam, em julho, para que a taxa de fundos federais estivesse ligeiramente abaixo dos 4% até ao final de 2023. Estas projeções vão ser atualizadas em setembro.
O intervalo da taxa dos fundos federais está atualmente entre 2,25% e 2,5%, após ter aumentado em 75 pontos base em julho. Desde o início do ciclo, em março, já subiu as taxas em 225 pontos base. E o rumo deverá continuar.
O presidente da Reserva Federal norte-americana sublinhou que a luta contra a inflação será longa. "Restaurar a estabilidade dos preços vai levar algum tempo e requer que utilizemos os nossos instrumentos para equilibrar a oferta e a procura", disse.
Powell reconheceu ainda que o combate contra na inflação "irá provavelmente exigir um período de crescimento abaixo da tendência" assim como "um abrandamento das condições do mercado de trabalho". Apesar de reconhecer que estas condições podem "provocar uma dor às famílias e empresas", defendeu que falhar na luta para restaurar a establidade dos preços "provocaria uma dor muito maior".
No que toca à reação do recuo da inflação em julho – que desacelerou para 8,5% face aos 9,1% em junho – o presidente da Fed deixou claro que embora estes números sejam bem-vindos, "uma melhoria de um único mês está muito aquém do que o Comité precisa para ter a confiança de que a inflação está a cair".
Esta foi a primeira vez que Powell falou desde a última reunião do Comité de Política Monetária (FOMC), no final de julho. Após a sua intervenção, Wall Street aprofundou as perdas, seguindo a negociar em terreno negativo.
O industrial Dow Jones perde 1,27% para 32.877,12 pontos, enquanto o S&P 500 desvaloriza 1,57% para 4.133,52 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite derrapa 1,94% para 12.394,16 pontos. Já no mercado de dívida, a "yield" das Treasuries norte-americanas a dez anos agrava 1,3 pontos base para 3,039%.
(Notícia atualizada às 15:50)