Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Pimco acertou (quase) em cheio nas decisões do BCE

Na antevisão das decisões do BCE, um dos responsáveis da gestora conseguiu prever as medidas anunciadas esta quinta-feira por Mario Draghi.

REUTERS
11 de Março de 2016 às 15:55
  • 1
  • ...

As decisões anunciadas esta quinta-feira pelo BCE até podem ter surpreendido alguns participantes no mercado. Mas a Pimco, uma das maiores gestoras de obrigações, não foi apanhada desprevenida. Dois dias antes de Mario Draghi anunciar as medidas, Andrew Bosomworth, director-geral da Pimco em Munique, tinha antecipado o arsenal que o BCE iria apresentar, como constata o El Confidencial.

O gestor da Pimco afirmava, numa nota publicada online a 8 de Março, que o BCE iria "oferecer mais liquidez aos bancos", fazendo novos empréstimos sem condições num prazo de entre três e cinco anos. Draghi acabaria por anunciar que o BCE avançaria com quatro novos empréstimos de longo prazo (maturidades de 4 anos) aos bancos (em Junho, Setembro, Dezembro de 2016 e Março de 2017), mas com uma novidade surpreendente: sob certas condições, o BCE está disposto a pagar aos bancos para lhes emprestar dinheiro.

A Pimco também antecipava um corta da taxa de juro de referência, cenário que não fazia parte das previsões do mercado. O BCE acabaria por baixar essa taxa de 0,05% para 0%. A Pimco admitia que descesse para 0% ou para -0,10%. Em relação à taxa de depósito, a gestora também acertou em cheio, com Draghi a baixar a taxa negativa para -0,40%. Mas esse era já um cenário esperado pelo mercado.

A gestora antevia ainda um aumento do ritmo das compras mensais do programa alargado de compra de activos de 60 mil para 70 mil milhões de euros. O BCE acabaria por anunciar aquisições mensais de 80 mil milhões de euros. O aumento do ritmo das compras também já era incorporado pelo mercado.

O código de conduta do BCE

O Provedor de Justiça da União Europeia pediu no ano passado explicações ao BCE sobre a forma como lida com a informação transmitida em encontros com bancos de investimento e gestoras de activos. Isto depois de em Maio do ano passado, o euro ter tido uma reacção fora do normal após um evento à porta fechada em que o membro da Comissão Executiva do BCE, Benoit Coeure, deu informações sensíveis sobre a política monetária da Zona Euro. O discurso do responsável apenas foi tornado público na manhã seguinte, algo que o BCE atribuiu a um erro.

Esse tipo de prática aparentava ser comum no BCE. O Financial Times noticiou que alguns membros do banco central se reuniram, entre Agosto de 2014 e Agosto de 2015, com bancos de investimento poucos dias e mesmo poucas horas antes de serem anunciadas as decisões sobre a política monetária da Zona Euro.

Face às críticas, o BCE instituiu em Outubro do ano passado as linhas orientadoras da comunicação externa por parte dos membros da Comissão Executiva do Banco Central Europeu, que pretendem evitar casos daquele tipo. 

Ver comentários
Saber mais BCE Mario Draghi Andrew Bosomworth Munique Provedor de Justiça União Europeia Comissão Executiva do BCE Benoit Coeure Zona Euro Financial Times Comissão Executiva do Banco Central Europeu
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio