Notícia
Medidas orçamentais “não convencionais” reduziram inflação em “1 ou 2 pontos em 2022”
Estudo do FMI, apresentado esta quarta-feira no fórum anual do BCE, revela que os cortes de impostos, subsídios e outros apoios anti-inflação permitiram aliviar a subida dos preços, apesar de essas medidas dividirem os economistas. Mas esses apoios só funcionaram porque choque energético foi "temporário" e economia europeia não estava sobreaquecida.
As medidas orçamentais "não convencionais", para mitigar o impacto da subida dos preços junto das famílias e empresas, permitiram reduzir a inflação em "1 ou 2 pontos percentuais em 2022". A conclusão é de um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), da autoria do economista Pierre-Olivier Gourinchas, apresentado esta quarta-feira, no fórum do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra.
Na apresentação do estudo, Pierre-Olivier Gourinchas começou por referir que chamadas medidas orçamentais "não convencionais" – onde se incluem cortes de impostos, subsídios e outros apoios diretos – têm dividido os economistas, que acreditam que essas medidas, que por vezes são expansionistas, podem "exacerbar a crise", "atrasar a consolidação orçamental necessária" ou "apenas adiar o inevitável", contribuindo para um aumento da procura e, como consequência, da inflação.
O estudo feito por Pierre-Olivier Gourinchas revelou, no entanto, que essas medidas "têm um impacto positivo na descida da inflação" com que a Europa está a lidar atualmente e que o aumento da procura provocado pela aplicação dessas medidas – que, por sua vez, poderiam originar mais inflação – foi "limitado". "Em vez disso, [estas medidas] permitiram estabilizar as expectativas sobre a inflação", referiu.
Pierre-Olivier Gourinchas frisou que, na atual crise inflacionista, "um terço da redução" que se têm verificado há sete meses consecutivos na Zona Euro resulta de um "efeito direto" dessas medidas. Já "os restantes dois terços resultam de um menor contágio nos choques à inflação subjacente", que exclui as componentes mais sujeitas a variações de preços no cabaz de produtos analisados (energia e alimentos não processados).
Porém, o economista-chefe do FMI sublinhou que essas medidas orçamentais "não convencionais" só resultaram porque o choque energético foi temporário e as economias da Zona Euro não estavam em sobreaquecimento, como aconteceu nos Estados Unidos.
Apesar de essas medidas orçamentais terem contribuído para reduzir a inflação entre 2022 e 2023, Pierre-Olivier Gourinchas afirmou que é esperado que a sua retirada possa resultar em "mais inflação em 2024". "Apesar disso, em termos gerais, essas medidas estão a contribuir para colocar a inflação mais perto da meta" dos 2% definida pelo BCE, sinalizou.
Na apresentação do estudo, Pierre-Olivier Gourinchas começou por referir que chamadas medidas orçamentais "não convencionais" – onde se incluem cortes de impostos, subsídios e outros apoios diretos – têm dividido os economistas, que acreditam que essas medidas, que por vezes são expansionistas, podem "exacerbar a crise", "atrasar a consolidação orçamental necessária" ou "apenas adiar o inevitável", contribuindo para um aumento da procura e, como consequência, da inflação.
Pierre-Olivier Gourinchas frisou que, na atual crise inflacionista, "um terço da redução" que se têm verificado há sete meses consecutivos na Zona Euro resulta de um "efeito direto" dessas medidas. Já "os restantes dois terços resultam de um menor contágio nos choques à inflação subjacente", que exclui as componentes mais sujeitas a variações de preços no cabaz de produtos analisados (energia e alimentos não processados).
Porém, o economista-chefe do FMI sublinhou que essas medidas orçamentais "não convencionais" só resultaram porque o choque energético foi temporário e as economias da Zona Euro não estavam em sobreaquecimento, como aconteceu nos Estados Unidos.
Apesar de essas medidas orçamentais terem contribuído para reduzir a inflação entre 2022 e 2023, Pierre-Olivier Gourinchas afirmou que é esperado que a sua retirada possa resultar em "mais inflação em 2024". "Apesar disso, em termos gerais, essas medidas estão a contribuir para colocar a inflação mais perto da meta" dos 2% definida pelo BCE, sinalizou.