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Lagarde frisa que manter juros no nível atual pode ajudar contra inflação

A presidente do BCE excluiu a ideia de cortes de juros para já e admitiu que manter os juros no nível atual "por tempo suficiente" pode contribuir para a inflação, ainda que tenha reconhecido que pode mudar de posição em caso de novos choques com impacto nos preços.

10 de Novembro de 2023 às 15:55
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A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, frisou que manter os juros no atual nível restritivo irá contribuir no combate à inflação e salientou que os recentes números que dão conta da queda da evolução dos preços não devem ser dados como garantidos.

"O nível em que estamos neste momento, se o conseguirmos manter durante tempo suficiente – e podemos debater isso, claro – conseguiremos contribuir de forma significativa para reduzir a inflação para a meta dos 2%", defendeu Lagarde, durante um evento organizado pelo Financial Times.

No entanto, "se surgirem grandes choques, consoante a natureza dos choques", Lagarde admite rever a posição.

Na última reunião de política monetária, em outubro, o banco central decidiu manter as três taxas de juro diretoras inalteradas. Assim, neste momento, a taxa de depósitos está fixada no máximo de sempre de 4%, a aplicável às operações principais de refinanciamento em 4,5% e a de cedência de liquidez em 4,75%.

Em outubro a taxa de inflação na Zona Euro desacelerou a fundo de 4,3% para 2,9%, segundo a estimativa rápida do Eurostat. O alívio na subida da inflação foi explicado sobretudo pelo efeito base da subida dos preços nos alimentos e energia, que há um ano atingiram máximos.

Ainda numa altura em que decorre um conflito no Médio Oriente e a invasão russa à Ucrânia continua, a presidente do BCE alerta que não se pode dar como garantido um alívio futuro da inflação.

"De facto, temos de monitorizar o preço da energia daqui para a frente", sublinhou a ex-ministra das Finanças de França, acrescentando que "não devemos presumir que este respeitável número, 2,9%, seja algo que deva ser dado como garantido".

Quanto a potenciais cortes de juros diretores, que já começam a ser debatidos por alguns membros do BCE, Lagarde deixou claro que tal não deverá acontecer "nos próximos trimestres" e salientou que "tempo suficiente é tempo suficiente".

Por fim, no que diz respeito ao "quantitative tightening", Lagarde explicou que para já não está em cima da mesa a venda da dívida, mas que a discussão sobre os reinvestimentos dos títulos que acabam por vencer acabará por ser "tida em conta" pelo BCE.

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