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Lagarde avisa: "Vou ter o meu próprio estilo. Não façam comparações"
Na sua primeira reunião, Christine Lagarde fez questão de pedir para não haver comparações com os anteriores presidentes do BCE.
Após a leitura habitual do comunicado introdutório, Christine Lagarde decidiu fazer uma ressalva para todos: não quer que tentem adivinhar o que quis dizer com certas palavras ou que comparem o seu discurso a outros presidentes de bancos centrais.
"Todos os presidentes tem o seu estilo de comunicação. Sei que alguns de vocês querem comparar e classificar ou fazer um ranking, mas eu vou ter o meu próprio estilo", afirmou a nova presidente do BCE, pedindo aos jornalistas, analistas e agentes económicos para não interpretarem em demasia as suas palavras.
Lagarde assumiu que será "ela própria e, por isso, provavelmente diferente" dos seus antecessores, nomeadamente o ex-presidente do BCE, Mario Draghi, que abandonou o cargo há um mês e meio e foi marcante durante o seu mandato.
Em particular, a francesa pediu aos jornalistas para não "tirarem demasiadas conclusões fechadas" sobre os seus discursos, principalmente quando estiver a falar para públicos diferentes, com menos conhecimento de política monetária, em que tentará adaptar as palavras. "E quando eu não souber algo, direi que não sei", assumiu a presidente do BCE.
Estas declarações foram proferidas na conferência de imprensa que se segue à primeira reunião de política monetária do BCE e onde Lagarde responde às perguntas dos jornalistas.
Revisão da estratégia começa em janeiro e termina antes do final de 2020
A presidente do BCE anunciou que quer começar a revisão da estratégia em janeiro e espera terminar esse exercício antes do final de 2020. "Não há uma conclusão preconcebida neste momento", garantiu, mantendo a "mente aberta e análise" que prometeu na primeira audição no Parlamento Europeu.
"Esta revisão já vem atrasada, mas tal é legítimo porque houve muita coisa a fazer" nos últimos 16 anos, afirmou, referindo-se à última revisão da estratégia que aconteceu em 2003. Assumindo que não existe uma altura "certa" para fazer a revisão, Lagarde argumentou que o início do seu mandato é um bom pretexto.
Sem dar muitos pormenores sobre o enquadramento da revisão - uma vez que ainda não foi definido no Conselho do BCE -, Christine Lagarde adiantou que esta terá de ser "abrangente" e irá demorar "o seu tempo, mas não demasiado". Tal significa que irá olhar sobretudo para a forma como a estabilidade dos preços é assegurada, ou seja, a definição do objetivo de médio-prazo da inflação: atualmente passa por uma inflação próxima, mas abaixo de 2%.
Mas Lagarde também se comprometeu a fazer as coisas de forma diferente, incluindo a revolução tecnológica "massiva" e o desafio "extraordinário" das alterações climáticas neste exercício. Além disso, a presidente do BCE revelou que a revisão irá incluir mais do que os membros do Conselho do BCE, prometendo abrir a discussão aos eurodeputados, às universidades e aos representantes da sociedade civil.
PIB trava em 2020, mas acelera em 2021
As novas previsões do BCE apontam para um crescimento económico de 1,2% este ano, acima dos 1,1% estimados em setembro. Contudo, a previsão para 2020 foi revista ligeiramente em baixa de 1,2% para 1,1%, o que se traduz numa desaceleração.
No entanto, a previsão para 2021 manteve-se nos 1,4%, o que representa uma aceleração, sendo o mesmo número para 2022. Lagarde fez questão de assinalar que os riscos continuam "descendentes", mas têm agora um "peso menor".
Em 2021, a inflação deverá ficar nos 1,4%, abaixo da anterior previsão de 1,5%. Só em 2022 é que a inflação vai aproximar-se do objetivo do BCE ao chegar aos 1,6%, caso as projeções do 'staff' se concretizem.
Para Lagarde esta é uma trajetória positiva da inflação. Ainda assim, a presidente do BCE assumiu que esse valor não é "satisfatório" dado que continuará a ficar aquém dos objetivos do conselho do BCE.
(Notícia atualizada às 14h44 com mais informação)
"Todos os presidentes tem o seu estilo de comunicação. Sei que alguns de vocês querem comparar e classificar ou fazer um ranking, mas eu vou ter o meu próprio estilo", afirmou a nova presidente do BCE, pedindo aos jornalistas, analistas e agentes económicos para não interpretarem em demasia as suas palavras.
Em particular, a francesa pediu aos jornalistas para não "tirarem demasiadas conclusões fechadas" sobre os seus discursos, principalmente quando estiver a falar para públicos diferentes, com menos conhecimento de política monetária, em que tentará adaptar as palavras. "E quando eu não souber algo, direi que não sei", assumiu a presidente do BCE.
Estas declarações foram proferidas na conferência de imprensa que se segue à primeira reunião de política monetária do BCE e onde Lagarde responde às perguntas dos jornalistas.
Revisão da estratégia começa em janeiro e termina antes do final de 2020
A presidente do BCE anunciou que quer começar a revisão da estratégia em janeiro e espera terminar esse exercício antes do final de 2020. "Não há uma conclusão preconcebida neste momento", garantiu, mantendo a "mente aberta e análise" que prometeu na primeira audição no Parlamento Europeu.
"Esta revisão já vem atrasada, mas tal é legítimo porque houve muita coisa a fazer" nos últimos 16 anos, afirmou, referindo-se à última revisão da estratégia que aconteceu em 2003. Assumindo que não existe uma altura "certa" para fazer a revisão, Lagarde argumentou que o início do seu mandato é um bom pretexto.
Sem dar muitos pormenores sobre o enquadramento da revisão - uma vez que ainda não foi definido no Conselho do BCE -, Christine Lagarde adiantou que esta terá de ser "abrangente" e irá demorar "o seu tempo, mas não demasiado". Tal significa que irá olhar sobretudo para a forma como a estabilidade dos preços é assegurada, ou seja, a definição do objetivo de médio-prazo da inflação: atualmente passa por uma inflação próxima, mas abaixo de 2%.
Mas Lagarde também se comprometeu a fazer as coisas de forma diferente, incluindo a revolução tecnológica "massiva" e o desafio "extraordinário" das alterações climáticas neste exercício. Além disso, a presidente do BCE revelou que a revisão irá incluir mais do que os membros do Conselho do BCE, prometendo abrir a discussão aos eurodeputados, às universidades e aos representantes da sociedade civil.
PIB trava em 2020, mas acelera em 2021
As novas previsões do BCE apontam para um crescimento económico de 1,2% este ano, acima dos 1,1% estimados em setembro. Contudo, a previsão para 2020 foi revista ligeiramente em baixa de 1,2% para 1,1%, o que se traduz numa desaceleração.
No entanto, a previsão para 2021 manteve-se nos 1,4%, o que representa uma aceleração, sendo o mesmo número para 2022. Lagarde fez questão de assinalar que os riscos continuam "descendentes", mas têm agora um "peso menor".
Já a inflação continuará abaixo do objetivo do BCE nos próximos três anos. A previsão para 2019 manteve-se nos 1,2%. Para 2020 foi revista em alta para 1,1%.Lagarde introduces the GDP and inflation outlook for the euro area pic.twitter.com/69TZRfj4IZ
— European Central Bank (@ecb) December 12, 2019
Em 2021, a inflação deverá ficar nos 1,4%, abaixo da anterior previsão de 1,5%. Só em 2022 é que a inflação vai aproximar-se do objetivo do BCE ao chegar aos 1,6%, caso as projeções do 'staff' se concretizem.
Para Lagarde esta é uma trajetória positiva da inflação. Ainda assim, a presidente do BCE assumiu que esse valor não é "satisfatório" dado que continuará a ficar aquém dos objetivos do conselho do BCE.
(Notícia atualizada às 14h44 com mais informação)