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Jackson Hole faz balanço sobre políticas não convencionais dos bancos centrais

Principal encontro mundial sobre banca central começa esta sexta-feira, sem Bernanke nem Draghi

23 de Agosto de 2013 às 11:52
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O principal encontro anual sobre banca central vai centrar-se na análise das políticas não convencionais adoptadas nos últimos anos pelos principais bancos centrais do mundo, com enfoque na Reserva Federal norte-americana e nos seus programas de compras de obrigações e títulos de dívida privada com o objectivo de contornar o facto das taxas de juro estarem próximas de zero.


A reunião que se repete anualmente no final de Agosto em Jackson Hole, uma estância de sky em Wyoming no centro dos Estados Unidos, não conta com Ben Bernanke, o presidente da Fed, nem Mario Draghi, do BCE. Ainda assim, não faltarão pontos de interesse naquele que é considerado um dos momentos altos do ano na reflexão sobre a condução da política monetária mundial.


Christine Lagarde, apresentará as conclusões do FMI sobre as medidas não convencionais; Haruhiko Kuroda, governador do banco central do Japão também está entre os oradores num momento em que o governo nipónico implementa um ambicioso plano de expansão monetária e orçamental para tentar a acabar com a deflação no país. E Stanley Fisher, que deixou no final de Junho a liderança do banco central de Israel e que é reconhecido como dos mais influentes economistas nesta área (professor de Draghi e orientador de Bernanke no MIT), abre o simpósio.


Até mais importante que a janela que abre sobre as posições dos decisores dos bancos centrais, Jackson Hole é uma oportunidade para perceber o que os economistas que moldam o pensamento na política monetária estão a propor.


Vários órgãos de comunicação social internacionais lembram, por exemplo, que no ano passado Michael Woodford, professor na Universidade de Columbia, defendeu a eficácia da adopção de um novo instrumento, as “orientação futuras” para a política monetária, isto é, a assumpção de compromissos claros de médio prazo e a introdução de regras de actuação por parte dos bancos centrais.


O instrumento veio a ser adoptado pela Fed no final desse ano e está também, em formatos distintos, a ser usado pelo Banco de Inglaterra e pelo BCE. “Tenho a certeza que o meu artigo recebeu muito mais atenção por ter sido apresentado em Jackson Hole”, diz o economista à Bloomberg, lembrando que vários dos argumentos usados pela Fed para implementar o sistema de “orientações futuras” estavam previstas no seu artigo.


Este ano há alguma expectativa sobre as conclusões que serão apresentadas por Arvind Krishnamurthy, professor na Universidade de Northwestern, que juntamente com Annette Vissing-Jorge, tem investigado os efeitos dos programas de compras de activos da Fed. Algumas das suas conclusões apontam para uma maior eficácia da compra de títulos associados a hipotecas do que de obrigações do Tesouro, escreveu ontem o Market Watch do Wall Street Journal.

Num momento em que a Fed pondera a redução do ritmo de compra de títulos, para grande apreensão dos investidores, estas conclusões poderão suportar uma redução mais acentuada nas aquisições de títulos de dívida pública face a outros activos, escreveu o mesmo jornal citando uma nota do Goldman Sachs.

 

O encontro termina sábado com várias intervenções centradas nas dimensões internacionais das políticas monetárias nacionais.

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