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Fed vê vírus como grave ameaça à economia

Nas atas da Reserva Federal norte-americana relativas à reunião de 28 e 29 de abril, os banqueiros centrais dos EUA consideraram que a pandemia de covid-19 colocava uma grave ameaça à economia.

Reuters
20 de Maio de 2020 às 20:03
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Os responsáveis da Fed, reunidos no mês passado, concordaram que o vírus pesaria fortemente no curto prazo e que colocava consideráveis riscos de contração no panorama económico.

 

Nessa reunião, que decorreu nos dias 28 e 29 de abril, "os membros concordaram que a Reserva Federal estava empenhada em recorrer ao seu vasto leque de ferramentas para apoiar a economia norte-americana nestes tempos desafiantes", revelam as atas hoje divulgadas.

 

Na declaração feita após a reunião, em que os juros diretores foram mantidos num intervalo entre 0% e 0,25%, os responsáveis do banco central sublinharam que a crise de saúde pública com que se deparavam colocava "riscos consideráveis às perspetivas económicas no médio prazo" e descartaram a ideia de que os EUA pudessem esperar uma retoma rápida.

 

O presidente da Fed, Jerome Powell, advertiu mesmo para o facto de esta pandemia poder deixar cicatrizes permanentes na economia norte-americana, a menos que os responsáveis pelas políticas de todos os segmentos fizessem mais para limitar os danos. Agora, as atas da reunião reforçaram essa avaliação sombria, salienta a Bloomberg.

 

Mais de 36 milhões de norte-americanos pediram subsídio de desemprego desde meados de março – altura em que começaram a ser decretadas medidas de confinamento no país.

 

Na passada quinta-feira foi anunciado que os pedidos iniciais de subsídio de desemprego da semana terminada a 9 de maio ascenderam a 2,98 milhões – uma diminuição face à semana precedente. Amanhã serão anunciados os números relativos à semana passada.

 

No primeiro trimestre, a atividade económica nos EUA registou uma contração de 4,8%, numa base anual. Os economistas inquiridos pela Bloomberg apontam para que o segundo trimestre seja muito pior, com a atividade a poder encolher 34%.

 

Os responsáveis do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla original) também revelam, nestas atas, a mesma preocupação, tendo dito que a atividade económica no segundo trimestre deverá cair "a um ritmo sem precedentes".

 

Vários participantes na reunião da Fed em abril consideraram haver uma elevada probabilidade de ocorrerem novas vagas deste surto no curto ou médio prazo.

 

Também houve responsáveis da Fed que consideraram ser necessário que o banco central seja mais claro no que diz respeito ao seu programa de estímulos à economia, que passa pela compra de dívida soberana e corporativa.

 

Recorde-se que Powell disse na segunda-feira, no programa "60 Minutes", que o banco central dos EUA irá avançar com mais estímulos à economia se isso for necessário.

 

Ontem, Jerome Powell defendeu a compra de dívida corporativa com classificação de investimento especulativo (o chamado "lixo"). O presidente da Fed, no seu testemunho perante o comité da banca no Senado, sinalizou que o banco central permite a compra de obrigações dos chamados "anjos caídos" – empresas cujos ratings foram recentemente cortados para "lixo" – de modo a garantir que não há abismos entre os dois mercados de financiamento.

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