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Fed já começa a debater duração da política de corte de juros

Nas atas da Reserva Federal norte-americana relativas à reunião de 17 e 18 de setembro, vários responsáveis do banco central referem que os valores da inflação justificaram a decisão de um corte de juros no mês passado. E depois de Powell ter dito várias vezes que as duas recentes reduções da taxa diretora não significam uma mudança de rumo na política de normalização monetária, o certo é que já se começa a debater na Fed a duração destas medidas.

Bloomberg
09 de Outubro de 2019 às 19:44
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Os responsáveis da Fed já começaram a debater sobre até onde devem ir no corte de juros, revelam as atas da última reunião da Reserva Federal norte-americana, que decorreu nos dias 17 e 18 de setembro.

 

A 18 de setembro a Reserva Federal anunciou um corte dos juros, em 25 pontos base, colocando a taxa diretora num intervalo entre 1,75% e 2%. Este corte foi o segundo do ano, depois de a Reserva Federal dos EUA ter reduzido a taxa dos fundos federais na reunião que decorreu no final de julho.

 

Jerome Powell tinha declarado que o corte de 25 pontos base em julho – o primeiro em mais de 10 anos – não seria o início de um longo ciclo de descidas. Mas voltou a descer os juros diretores no mês passado, parecendo ter ficado para trás o ciclo de normalização iniciado há perto de quatro anos.

 

Muitos analistas, à conta dos recentes dados económicos dececionantes dos EUA, apontam para que o banco central possa cortar de novo a taxa dos fundos federais já na reunião deste mês – até porque o presidente da Fed sinalizou novos cortes de juros no caso de debilitação adicional da economia norte-americana.

 

E agora, apesar de ontem Powell ter dito que os recentes cortes dos juros não implicam um rumo pré-definido da política monetária da Fed, as atas da última reunião mostram que os responsáveis do banco central já começaram a debater até onde deve ir esta campanha de diminuição da taxa diretora.

O corte de juros de setembro, segundo alguns responsáveis da Fed, justificou-se pelos receios em torno da desaceleração económica mundial (e pelo aumento dos riscos de contração da própria atividade económica nos Estados Unidos), pelas ameaças geopolíticas e pelos níveis da inflação nos EUA, ainda distantes da meta de 2% definida pelo banco central.

 

Os responsáveis do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla original) também revelam, nestas atas, que os modelos estatísticos desenhados para avaliar a probabilidade de uma recessão no médio prazo registaram nos últimos meses um aumento notável dessa possibilidade.

 

Cinco responsáveis do FOMC votaram a favor da redução dos juros e consideraram ser "suficiente" por este ano, na reunião de setembro, ao passo que outros cinco consideraram ser um erro descer a taxa diretora, enquanto sete se mostraram a favor de um novo corte em dezembro.

(notícia atualizada às 20:04)

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