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Compra de divisas estrangeiras em Angola cai para metade num ano

No total, os bancos comparam por dia, em Março, cerca de 25,5 milhões de dólares (22,4 milhões de euros), uma quebra homóloga de 50,3%.

Reuters
13 de Maio de 2016 às 10:07
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O volume de divisas adquiridas pelos bancos comerciais angolanos caiu para metade em Março, face ao mesmo mês de 2015, ano já marcado pelos efeitos da crise petrolífera em Angola, tendo ascendido a 790 milhões de dólares.

 

Os dados constam de um relatório mensal do Banco Nacional de Angola (BNA) consultado hoje pela agência Lusa, que indica que em todo o mês de Março os bancos comerciais compraram aos clientes (essencialmente petrolíferas) 234,5 milhões de dólares (206 milhões de euros) em divisas, volume que tem vindo a crescer ligeiramente.

 

Angola enfrenta uma crise financeira e económica com a forte quebra (50%) das receitas com a exportação de petróleo, devido à redução da cotação internacional do barril de crude, tendo em curso várias medidas de austeridade. A quebra no acesso a divisas foi outra das consequências da crise petrolífera, que se acentuou durante o ano de 2015.

 

Durante o mês de Março, o BNA vendeu directamente aos bancos comerciais divisas no valor de 550,49 milhões de dólares (485 milhões de euros), indica o mesmo relatório.

 

No total, os bancos comparam por dia, em Março, cerca de 25,5 milhões de dólares (22,4 milhões de euros), uma quebra homóloga de 50,3%.

 

O governador do BNA, Valter Filipe, reconheceu no início de maio que a banca nacional está a ser colocada "à margem" do sistema financeiro mundial, defendendo a urgência em credibilizar o sector.

 

O governante aludia à falta de acesso dos bancos angolanos ao circuito internacional de divisas, por dúvidas dos reguladores internacionais sobre credibilidade das instituições angolanas.

 

Para Valter Filipe, é necessário implementar "ética e moral" na banca angolana, devendo ser colocada ao "serviço do bem comum".

 

A falta de divisas nos bancos, em função da procura, dificulta, por exemplo, importações, transferência de salários dos trabalhadores de expatriados, necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país e os que viajam para o estrangeiro.

 

O Fundo Monetário Internacional anunciou a 06 de Abril que Angola solicitou um programa de assistência para os próximos três anos, cujos termos foram debatidos nas reuniões de primavera, em Washington, prosseguindo durante uma visita ao país, em maio.

 

O ministro das Finanças de Angola, Armando Manuel, esclareceu entretanto que este pedido será para um Programa de Financiamento Ampliado para apoiar a diversificação económica a médio prazo, negando que se trate de um resgate económico.

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