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Centeno acredita que BCE "está em condições de cortar juros"

O governador do Banco de Portugal afirma que os países da Zona Euro estão num cenário de estagnação e que uma redução dos juros diretores pode evitar uma recessão.

Duarte Roriz / Cofina
O governador do Banco de Portugal Mário Centeno acredita que o Banco Central Europeu (BCE) está "em condições de cortar as taxas de juro de referência", mas não aponta datas.

Em resposta às questões dos participantes do concurso Geração Euro promovido pelo supervisor nacional, Centeno afirmou esta segunda-feira que os países da Zona Euro não estão em recessão, mas antes num cenário de estagnação e sublinhou que cortes de juros podem impedir os países da moeda única entrarem em recessão.

"Temos de determinar o momento ótimo de corte das taxas de juro sem pôr em causa a economia da área do euro", afirmou o governador.

O próximo encontro do conselho do BCE, onde Mário Centeno representa Portugal, acontece a 11 de abril, mas a presidente Christine Lagarde já sinalizou que será preciso conhecer a evolução dos dados económicos até junho. Nesse mês, a reunião acontece a 6 de junho.

O governador do BdP mostrou-se ainda satisfeito no combate à inflação por parte da autoridade monetária europeia e - dizendo querer abster-se de autoelogios - afirmou que os governadores "tiveram sucesso no combate à inflação".

No final de fevereiro Mário Centenho já tinha revelado que, se os dados económicos o permitirem, o BCE deveria mostrar abertura a um corte dos juros diretores no encontro de março, que aconteceu na semana passada. No entanto, o entendimento dos governadores foi de que é preferível esperar pelos dados que vão chegar entre abril e junho.

"Penso que houve um amplo acordo sobre o facto de que vamos ter muito mais dados e muito mais informações em junho. Isso é uma certeza", salientou a líder do banco central. "Não vamos mudar as nossas opiniões sobre os dados isolados e o que estamos a ver nos dados neste momento indica certos movimentos positivos, mas não são suficientemente fortes, nem suficientemente duradouros para nos darem confiança suficiente", sublinhou na altura a presidente, Christine Lagarde.

Mais recentemente, o governador do Banco de França e membro do Conselho do BCE, François Villeroy de Galhau, afirmou que o banco central vai reduzir as taxas de juro na primavera, sendo que um corte em junho é mais provável do que abril.

Também na semana passada, Martin Kazaks, governador do Banco Central da Letónia, afirmou que, se a economia da Zona Euro seguir as previsões do BCE, "então a decisão de começar a reduzir as taxas de juro pode ser feita nas próximas reuniões".

Por sua vez, o homólogo belga, Pierre Wunsch, foi menos específico e reconheceu que os membros do Conselho vão ter de, eventualmente, começar a reduzir os juros de referência sem estarem completamente seguros de que a inflação vai retornar ao objetivo dos 2%.
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