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BCE deve reforçar estímulos em 500 mil milhões de euros

Desde o início de março o BCE já comprou 212 mil milhões de euros em ativos, pelo que a manter este ritmo, chegaria em outubro já no limite do programa, daí a necessidade de o reforçar já nesta reunião de junho.

Os mercados esperam que Christine Lagarde anuncie uma descida das taxas de depósitos do BCE.
Neil Hall/EPA
01 de Junho de 2020 às 09:33
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O Banco Central Europeu deverá anunciar esta semana um reforço dos estímulos à economia europeia, com uma subida de pelo menos 500 mil milhões de euros no seu programa de compra de ativos.

 

Segundo os economistas sondados pela Bloomberg, este é o valor mínimo que se espera que o BCE reforce o seu programa de emergência. Qualquer valor inferior a 500 mil milhões de euros vai dececionar os mercados, diz a Bloomberg, salientando que se o BCE surpreender pela positiva, as obrigações italianas serão as mais beneficiadas.

 

A instituição liderada por Christine Lagarde tem no terreno o Pandemic Emergency Purchase Programme (PEPP), com 750 mil mil milhões de euros. Se este for reforçado em 500 mil milhões de euros, o autoridade monetária europeia efetuará compras de 1,6 mil milhões de euros este ano, tendo em conta todos os seus programas de compra de ativos.

 

Foi o próprio BCE a abrir a porta ao reforço de estímulos na semana passada. Depois de as minutas relativas ao último encontro de política monetária darem conta de que os membros da entidade estão preparados para alargar os estímulos em junho, o governador do Banco de França, Villeroy de Galhau, veio confirmar que o BCE está preparado para aumentar a sua resposta à pandemia.

 

Villeroy indicou que com a inflação baixa, a entidade tem espaço para agir de "forma rápida e potente", acrescentando que o PEPP é o instrumento-chave para fazer face à crise. "Em nome do nosso mandato muito provavelmente vamos ter de ir mais além", argumentou o membro do BCE.

 

A descida da inflação em maio, reportada pelo Eurostat a sexta-feira, veio reforçar esta expetativa de aumento dos estímulos para fazer face à recessão económica na Zona Euro, que Christine Lagarde admite que possa ter dois dígitos.

 

A presidente do BCE afirmou a semana passada que a queda do PIB poderá situar-se entre 8 e 12%, sendo que na reunião desta quinta-feira a autoridade monetária vai revelar as suas projeções atualizadas.

 

Os economistas também admitem que o BCE pode anunciar já o prolongamento por seis meses do programa para responder à pandemia.

 

Desde o início de março o BCE já comprou 212 mil milhões de euros em ativos, pelo que a manter este ritmo, chegaria em outubro já no limite do programa, daí a necessidade de o reforçar já nesta reunião de junho.

 

No que diz respeito à restante política monetária, os economistas estimam que o BCE mantenha a taxa de juro dos depósitos em -0,5%, permanecendo neste nível até ao final do ano. Poderá também haver novidades no "tiering", com um aumento de benefícios para os bancos que estão a perder dinheiro com as taxas de juro negativas.

 

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